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Anvisa aprova injeção para tratar obesidade; medicamento não tem previsão de ser comercializado

Anvisa aprova injeção para tratar obesidade; medicamento não tem previsão de ser comercializado
A injeção de semaglutida deve ser aplicada semanalmente. Medicamento promoveu uma redução média de 17% do peso corporal nos pacientes — Foto: Freepik
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Estudos mostraram redução média de 17% do peso corporal nos pacientes; princípio ativo é o mesmo do Ozempic, indicado para tratar diabetes tipo 2

 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (2) o primeiro medicamento injetável para sobrepeso e obesidade, o Wegovy (semaglutida 2,4mg). A injeção, que deve ser aplicada semanalmente, promoveu uma redução média de 17% do peso corporal nos pacientes, segundo estudo.

  • Wegovy (semaglutida 2,4mg) tem o mesmo princípio ativo do Ozempic;
  • Diferença é que o novo medicamento deve ser usado apenas no tratamento de obesidade e sobrepeso, enquanto o Ozempic é indicado para diabetes tipo 2;
  • O uso do Ozempic contra obesidade é “off label”, ou seja, médicos reconhecem um benefício não previsto na bula e indicam uso porque o medicamento é seguro;
  • A semaglutida é um análogo ao hormônio GLP-1, que temos no intestino. Toda vez que uma pessoa se alimenta, ele sinaliza para o cérebro que é hora de reduzir a fome, retardar o esvaziamento do estômago e aumentar a produção de insulina, que promove a absorção da glicose nas células.

“O nosso hormônio dura 10 minutos, já a semaglutida dura uma semana. Aquela sensação de ‘comi e perdi a minha fome’ é dada pelo GLP-1, e a semaglutida é um medicamento que imita essa ação. O paciente tem a sensação de que está sem fome. E, se ele come, para de comer porque o estômago enche rápido”, explicou o endocrinologista João Eduardo Salles em entrevista ao g1em 2021.

Sem data para comercialização

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paulo Miranda, a aprovação é um marco importante no combate à obesidade. Apesar de positiva, a aprovação soma menos do que poderia na visão do presidente da SBEM, visto que o medicamento é caro e provavelmente demorará a chegar a maior parte da população, principalmente para aqueles que dependem do SUS.

Sobre a comercialização, a farmacêutica Novo Nordisk disse que ainda não há uma data definida para que a semaglutida chegue ao mercado brasileiro.

“Ainda não há uma data definida para que ele chegue ao mercado visto que, após a análise de conformidade pela Anvisa, deve-se aguardar a finalização de outros processos, como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos”, informou a farmacêutica em comunicado.

Redução média de 17% do peso corporal

A aprovação da Anvisa foi baseada nos resultados do programa de ensaios clínicos STEP (Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity). Nele, os pacientes que utilizaram o Wegovy conseguiram uma perda de peso corporal média de 17% em 68 semanas, contra 2,4% do grupo placebo.

Além disso, um em cada três pacientes perdeu 20% do seu peso corporal e 83,5% dos pacientes alcançaram uma redução de 5% ou mais com a utilização do medicamento contra 31,1% do grupo placebo.

“Tudo isso traz uma perspectiva muito interessante para o tratamento da obesidade no Brasil”, afirma o presidente da SBEM.

O Atlas Mundial da Obesidade estimou que a doença deve atingir quase 30% da população adulta do Brasil em 2030. O Brasil está entre os países com maiores índices de obesidade no mundo. Segundo a federação, estamos entre os 11 países onde vivem a metade das mulheres com obesidade e entre os nove que abrigam metade dos homens com obesidade.

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Fonte: G1

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