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Invasão de manifestantes em Brasília — em resumo, os acontecimentos até agora

Cerca de 300 pessoas já foram presas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. Imagem: Reuters
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Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram protestar em Brasília neste domingo (8), onde invadiram e depredaram prédios públicos, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

Confira a seguir uma linha do tempo dos fatos que aconteceram até agora:

  • Na tarde do domingo (8), por volta das 14h, um grupo de cerca de 4 mil bolsonaristas que estava concentrado na frente do Quartel-General do Exército em Brasília se deslocou para a Esplanada dos Ministérios, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal, em um trajeto de 8 quilômetros;
  • Às 15h, na Praça dos Três Poderes, centenas de pessoas subiram as rampas que dão acesso ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto. Pouco depois, às 15h45, parte do grupo se dirigiu até o prédio do STF;
  • Uma parcela dos bolsonaristas subiu na laje do congresso, enquanto um outro grupo ingressou no Salão Verde e no plenário do Senado Federal. As imagens também mostram bolsonaristas dentro dos salões e dos gabinetes do Palácio do Planalto e do plenário do STF, com destruição de vidraças, móveis, equipamentos e obras de arte;
  • Por volta das 17h, seguranças conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores. Conforme mais policiais chegavam ao local, os demais prédios também foram sendo esvaziados aos poucos. Mesmo assim, os apoiadores de Bolsonaro continuaram nas proximidades da Praça dos Três Poderes;
  • O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Torres foi ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro e atualmente está de férias nos Estados Unidos. Pouco antes de ser desligado do cargo, ele postou no Twitter que “criminosos não sairão impunes” e que “é inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições”.

  • Às 18h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em Araraquara, no interior de São Paulo. Ele visitava a cidade, que sofreu danos por causa das fortes chuvas registradas nos últimos dias. Durante o discurso, Lula decretou intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até 31 de janeiro e designou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, como interventor. “Não existe precedente ao que essa gente fez e, por isso, essa gente terá que ser punida”, afirmou.
  • Pouco depois, o governador do DF, Ibaneis Rocha, gravou um vídeo em que pede desculpas pela invasão diretamente a Lula, à presidente do STF, Rosa Weber, e aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). “São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos”, afirmou;Forças de Segurança sobem a rampa para expulsar invadores
      Forças de Segurança expulsaram os invadores do Palácio do Planalto. Imagem: Reuters
  • A invasão de Brasília gerou uma série de manifestações de personalidades públicas do Brasil e do mundo. Nos EUA, congressistas do Partido Democrata defenderam a extradição de Bolsonaro, que está na Flórida desde 31 de dezembro. “Nós devemos nos solidarizar com o governo democraticamente eleito de Lula. Os Estados Unidos devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”, afirmou Alexandria Ocasio-Cortez, deputada por Nova York;
  • Em coletiva de imprensa realizada por volta das 20h30, o ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou a invasão como “terrorismo e golpismo”. Ele também afirmou que a investigação focará em quem foram os financiadores desses atos;
  • Às 21h, Lula chegou a Brasília e foi conferir os danos no Palácio do Planalto e no STF. Nas redes sociais, o presidente escreveu: “Os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos. Amanhã retomamos os trabalhos no Palácio do Planalto.”

  • Durante a noite, o número de bolsonaristas presos foi aumentando aos poucos. Segundo o último boletim da Polícia Civil do Distrito Federal, 300 pessoas já haviam sido presas até às 23 horas;
  • Já na madrugada de segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento de Ibaneis Rocha do governo do DF. O decreto vale por 90 dias. A decisão do ministro foi dada em resposta a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AC);
  • Na manhã de segunda, foram registradas manifestações em algumas cidades. Em São Paulo, bolsonaristas atearam fogo em pneus e entulhos na Marginal Tietê, mas a via foi liberada após 1h40 de interdição. A PM do DF foi ao acampamento próximo ao Quartel-General do Exército de Brasília para dispersar bolsonaristas.
  • Após ordem do ministro Alexandre de Moraes, o acampamento de bolsonaristas na frente do Quartel-General do Exército em Brasília foi desmantelado. A GloboNews e a CNN Brasil informaram que cerca de 1,2 mil pessoas foram detidas e levadas à Polícia Federal. O portal UOL fala em 1,5 mil detenções. O número ainda será confirmado pelas autoridades;
  • O Palácio do Planalto divulgou uma nota que faz um balanço inicial das obras de arte que foram depredadas. O texto informa que a Galeria dos Ex-Presidentes está “totalmente destruída” e o corredor do 2º andar que dá acesso às salas dos ministérios foi “brutalmente vandalizado”. Entre as obras danificadas destaca-se o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, está com sete rasgos de diferentes tamanhos. Ela tem um valor estimado de R$ 8 milhões. O relógio de Balthazar Martinot, feito no século 17 e dado de presente a Dom João 6º, tem a restauração considerada como “muito difícil”.

Confira o antes e depois dos prédios públicos vandalizados

Edifício do Congresso Nacional em março de 2020 e em 8 de janeiro de 2023, tomado por bolsonaristas vestidos de verde e amarelo

Plenário do STF em agosto de 2021, com seu auditório de cadeiras beges, e as mesmas cadeiras destruídas em 8 de janeiro de 2023

Ambiente interno do edífício do STF em agosto de 2021 e com móveis destruídos em 8 de janeiro de 2023

 

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Por: BBC News

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