A educação financeira poderá se tornar uma disciplina obrigatória nos currículos das escolas de educação básica do Brasil. Um projeto de lei (PL 1.510/2025) foi apresentado pelo senador Nelsinho Trad (MSD-MS) e aguarda análise nas comissões do Senado.
Segundo Trad, o objetivo é atender à necessidade urgente de preparar os alunos para os desafios da vida econômica contemporânea, promovendo a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis na gestão de seus recursos.
O senador destaca que os índices de endividamento das famílias têm crescido no Brasil, com uma baixa taxa de poupança e pouco domínio de conceitos básicos de finanças pessoais. De acordo com ele, isso compromete não apenas a saúde financeira individual, mas também a estabilidade econômica e social do país.
ABORDAGEM INCIPIENTE
A proposta altera a Lei 9.394 de 1996, que estabelece diretrizes para a educação nacional. Trad ressalta que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já reconhece a importância da educação financeira, mas sua inclusão nos currículos ainda é feita de forma opcional pelas redes de ensino.
“Tornar a educação financeira um tema transversal contribui para o fortalecimento da cidadania e equidade social, oferecendo a todos os estudantes o acesso a conhecimentos que lhes permitam tomar decisões conscientes sobre consumo, poupança e investimentos”, afirma Trad.
ENDIVIDAMENTO
Uma pesquisa citada na justificativa do projeto revela que 60% dos brasileiros acreditam que as redes sociais incentivam o consumo excessivo e o endividamento. “A comparação com padrões de vida idealizados tem levado jovens a gastos impulsivos”, afirma o senador, indicando um aumento no número de atendimentos por dependência em apostas, especialmente entre mulheres, desde 2020.
Os dados ressaltam a urgência de políticas públicas que preparem os estudantes para enfrentar pressões externas e tomar decisões financeiras mais sensatas. O senador acredita que esta proposta está alinhada às recomendações da OCDE, que sugere a inclusão da educação financeira desde os primeiros anos escolares.
Trad finaliza afirmando que o projeto é um passo importante para a construção de uma sociedade mais justa e preparada para os desafios econômicos, contribuindo para o bem-estar coletivo e a sustentabilidade financeira do Brasil.