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Povo Rikbaktsa Resiste para Preservar sua Cultura em Meio à Modernização

Povo Rikbaktsa Resiste para Preservar sua Cultura em Meio à Modernização
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

“A gente nunca irá deixar de ser indígena”. Essa é a afirmação do cacique Ademir Rikbakta, da aldeia Beira Rio, que ressalta a importância da preservação cultural do povo Rikbaktsa.

“A gente conversa muito com a comunidade. Aprendi assim com meu pai… Nunca vamos deixar de fazer cultura. Hoje, estou com meu povo lutando”.

A aldeia Beira Rio foi recentemente visitada pela equipe da Agência Brasil nos dias 8 e 9 de abril, revelando a luta do cacique Ademir em defesa de seu povo e território, que enfrenta o avanço de fazendas de soja e milho, além da criação de gado, que impactam a caça e a pesca, recursos vitais para a sobrevivência dessa comunidade.

Os Rikbaktsa habitam a bacia do Rio Juruena, em Mato Grosso, e possuem um histórico de resistência em suas terras. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), a população indígena, já afetada anteriormente pela “pacificação” promovida por missionários na década de 1960, agora luta contra madeireiros e garimpeiros que ameaçam seus direitos territoriais.

“O que a gente tem aqui dentro da nossa comunidade é cultura. A nossa cultura é o povo”, afirma Ademir. Sua esposa, Angélica Zokdo, reforça a importância do ensinamento para as novas gerações.

Os Rikbaktsa são organizados em clãs e se destacam por suas danças, pinturas corporais e artesanato. No entanto, observam que muitos dos seus costumes estão ameaçados pelo avanço das lavouras. O cacique Francisco Rikbaktsa, da aldeia Pé De Mutum, ressaltou a dificuldade de encontrar alimentos tradicionais e a contaminação da água com agrotóxicos.

“A gente era grande e tinha fartura de peixe e carne… Hoje, estamos cercados”.

O problema da diminuição da caça é evidente, com informações de que os animais estão cada vez mais distantes.

Cultura na Educação

Uma das táticas para manter viva a cultura é sua integração nas escolas das aldeias, onde estudantes aprendem a língua rikbaktsa, danças e costumes locais.

O professor Givanildo Bismy, da Escola Estadual Myhyinymykyta, enfatiza a importância da ensino da história indígena.

“É transformar para que as crianças possam ter o conhecimento das histórias… Estamos escrevendo a nossa história”.

Os desafios são maiores devido à falta de materiais didáticos adequados e à dificuldade de replicar a língua em casa, onde o português predomina.

Retorno à Comunidade

A educadora Gesilene Aikdopa ressalta que o intuito das aulas não é apenas manter os jovens nas aldeias, mas que eles se tornem defensores de seu povo, trazendo conhecimento de volta à comunidade após seus estudos.

O jovem Rogerderson Natsitsabui, sonha em cursar direito para advogar pelos direitos de seu povo. Para ele, a modernização não apaga sua identidade indígena.

“A gente precisa mostrar nossa cultura e levar para fora. Isso nos fortalece”.

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