Planejamento, pesquisa e uso correto do parcelamento são dicas fundamentais para optar ou não pela compra durante a onda de promoções
A Black Friday acontece nesta sexta-feira (25) e promete ser mais uma data movimentada para o comércio. Diante das promoções que seduzem o cliente, o brasileiro, mais uma vez, precisa se planejar para não acumular dívidas no cartão de crédito e enforcar o orçamento mensal. Para o coordenador do MBA em Finanças do Ibmec BH, Fabiano Santos, o fundamental é usar o parcelamento da maneira correta.
“A primeira coisa é avaliar se realmente existe a necessidade desse consumo. Nós estamos vivendo um momento de incerteza da economia brasileira, diante da troca de governo e da taxa de juros muito elevada. Especialmente se for uma compra parcelada, todo cuidado é pouco. Além disso, as famílias brasileiras estão muito endividadas. É o que aponta o relatório da Serasa. Não é porque está na promoção, que está barato, que a gente precisa comprar”, diz o especialista.
A alta taxa de juros é a maior preocupação de Fabiano durante a Black Friday. O Banco Central mantém a Selic 13,75% ao ano, o que eleva ainda mais os juros do cartão de crédito. A maior taxa desde outubro de 2016 é uma tentativa da instituição financeira controlar a inflação brasileira, desestimulando o consumo da população.
Apesar da alta taxa de juros, Fabiano Santos não acredita que a Black Friday deste ano terá resultados ruins para o comércio. A Copa do Mundo pode ser mais um fator para estimular o consumidor a comprar na data, principalmente televisores e itens de decoração. Ainda assim, acompanhar as suas transações bancárias é fundamental.
O professor também alerta o consumidor para pesquisar os produtos antes de comprar. As estratégias de marketing irregulares são comuns durante a Black Friday. Uma determinada promoção que, na verdade, oferece gato por lebre. “Um outro ponto é acompanhar direitinho o seu o seu consumo no cartão já de uma vez para evitar qualquer surpresa no final”, aconselha.
Para o professor, no entanto, o cartão de crédito não é só inimigo, sobretudo em um cenário no qual as famílias estão com o orçamento tão apertado. Se for bem usado, o parcelamento pode ser uma ótima opção. “Você pode diferir os pagamentos, você pode auferir rendimentos no presente momento e parcelar uma compra. Então, se você usa da maneira correta, pode ser muito bom, desde que você consiga parcelar a compra sem juros. Mas, se você não sabe usá-lo, se você se perde no consumo, o cartão de crédito também é uma ferramenta que te induz ao consumo. Ele dá uma falsa impressão de que você tem mais disponibilidade de dinheiro para gastar”, completa.
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