O embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, voltou a trazer à tona na terça-feira (3) a criação de uma moeda única do Mercosul. Segundo ele, o tema foi discutido em encontro em Brasília com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O tema não é novidade para Haddad. No ano passado, ele e o agora secretário-executivo na Fazenda, Gabriel Galípolo, defenderam, em artigo, a criação de uma moeda sul-americana.
Em 2021, Paulo Guedes, como então ministro da Economia, também já falou sobre o assunto. Ele afirmou que o Mercosul deveria ter uma moeda única aos moldes da União Europeia, durante uma reunião com a comissão de Relações Exteriores do Senado, em agosto. Guedes chegou a dizer que o Brasil seria a Alemanha do bloco.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já falou sobre o assunto em sua passagem anterior pela Presidência. A proposta já foi defendida, inclusive, pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Apesar de ter mais de uma década, essa discussão é bastante nebulosa. Mas é possível avançar em alguns pontos, com base nas declarações de Scioli e também no artigo escrito por Haddad e Galípolo em 2022.
Moeda única do Mercosul significaria o fim do Real no Brasil?
Muitos internautas têm afirmado que uma moeda única significaria o fim do Real e a desvalorização de uma moeda em território brasileiro – já que a vizinha Argentina vive hoje uma inflação acima de 90% ao ano. Nesta quarta-feira (4), a cotação indicava 32,88 pesos argentinos para cada um real.
Mas o próprio Scioli explicou que a intenção não é criar uma moeda oficial aos moldes do Euro, adotado pela maioria dos países-membros da União Europeia. “Isso não significa que cada país não tenha a sua moeda, significa uma unidade para a integração e aumento de intercâmbio comercial em todo esse bloco regional. E, como disse o presidente Lula, fortalecer o Mercosul, ampliar a união latino-americana, é muito importante”, disse.
Até o momento, não há uma proposta oficial de moeda única para o bloco comercial, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a Bolívia solicita a inclusão, enquanto a Venezuela foi suspensa).
Para mais notícias clique aqui e também nos siga nas redes sociais @maisvipoficial