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Com mandato VS sem mandato: Uma disputa desleal

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Sabe aquele desejo da renovação total dos políticos, seja nos cargos executivos ou legislativos. Trocar todos e não reeleger ninguém. Eu entendo a frustração com os políticos e muitas vezes compartilho do sentimento.

Mas sabe o motivo dessa renovação ser praticamente impossível? Por mais reformas eleitorais que se façam a cada eleição, a disputa é injusta. Sim, as últimas mudanças conseguiram melhorar o equilíbrio, mas ainda é um combate de Davi contra Golias. Vou lhe explicar o porquê.

Dentro do executivo por exemplo, prefeituras principalmente, o candidato à reeleição ou que quer eleger um sucessor, sempre leva vantagem. Afinal, ele tem a máquina pública e os servidores comissionados na mão. Em municípios menores, onde o maior empregador é a prefeitura, o peso é ainda maior, ou seja, a largada já não é no mesmo ponto.

No legislativo também é desleal a disputa. O vereador ou deputado passou quatro anos no mandato e, naturalmente, possui mais exposição e experiência contra quem não tem cargo ainda.

É necessário um esforço enorme da oposição para vencer essa vantagem. E quando falo esforço, também falo de dinheiro, pois sim, não se vence eleições sem recursos. Um político já em mandato está exercendo a profissão dele e continua recebendo o salário. Já quem não tem, precisa parar de exercer o seu ganha-pão para se dedicar totalmente para a disputa eleitoral.

Outro fator que desequilibra a disputa é que quem está na cadeira atualmente também possuí trabalho para apresentar, por mais que seja pífio. Diferente de quem ainda não assumiu, que ainda não tem nada para apresentar e precisa só fazer “promessas”. Daí a importância das narrativas.

A pré-campanha e as redes sociais anteciparam o período eleitoral. Antes restrito a alguns meses antes da eleição, agora a campanha começa um dia após a votação. Sim, isso ajuda também pré-candidatos sem mandato, mas só para quem sabe realmente construir reputação até a votação. Quem decide de última hora, dificilmente consegue se tornar conhecido até o dia da eleição.

Então, por mais que aumente a renovação de políticos, esse percentual não será tão alto assim, como muitos desejam. E nem pode ser, pois é preciso também experiência na coisa pública para legislar e administrar. Prova disso é a gestão do governador Romeu Zema, que precisou sentar na cadeira para entender que as coisas não funcionam bem como ele imaginava.

A mudança é necessária, pois a democracia precisa da divergência e pluralidade de ideias para se manter. Mas a troca total é uma utopia, uma vez que as regras são feitas por quem já está no poder e não quer colocar tudo a perder.

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