A caça às bruxas dentro do PSL aos parlamentares que fazem parte da ala “bolsonarista” do partido teve mais um capítulo nesta terça-feira (3). A legenda suspendeu o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro; a deputada federal de Minas Gerais, Alê Silva e outros 16 deputados.
Líder do partido, após um verdadeiro acha entre duas alas, Eduardo Bolsonaro pode perder o posto, além de perder todas as cadeiras que ocupa nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados, como na CPMI das Fake News, onde tem sido uma espécie de advogado de defesa do presidente Bolsonaro.
Além do filho do presidente, outros 17 deputados, incluindo Alê Silva, que assinaram o manifesto contra Bivar foram punidos. As penas vão de advertência até suspensão das atividades partidárias por 12 meses e foram recomendadas pela Executiva Nacional da legenda na semana passada.
Perseguição
Em nota enviada ao Portal MaisVip, a deputada comentou a decisão, alegando “perseguição política” por causa das denúncias feitas por ela, que atingiram diretamente o partido.
“Eu estou sendo punida por ter denunciado a fraude do uso de candidatas laranjas em Minas Gerais, cujas candidaturas de fachada foram usadas para o desvio de recursos públicos de campanha. A denúncia da fraude em MG atingiu o Presidente da Executiva Nacional Luciano Bivar, que orquestrou o mesmo esquema em Pernambuco. Hoje o antigo Presidente da sigla em MG, Marcelo Alvaro Antonio está devidamente indiciado pela PF e denunciado pelo MP por fraude eleitoral e formação de quadrilha. Nas mesmas tipificações penais está indiciado Luciano Bivar. Além de tudo, eu tenho plena convicção de que os recursos públicos de campanha desviados foram direcionados para os bolsos do cacicado do partido. Não me constrange nem um pouco sofrer as penas impostas. Se para eu fazer justiça tenho que ser penalizada diante destes homens, não tem problema. Eu prometi que lutaria contra a corrupção. Continuo nesta luta, custe-me o que me custar. Se tivesse que fazer tudo de novo, tudo outra vez eu faria.
Veja as punições previstas para cada deputado
Bibo Nunes (PSL-RS): 12 meses
Alê Silva (PSL-MG): 12 meses
Bia Kicis (PSL-DF): 6 meses
Carla Zambelli (PSL-SP) : 6 meses
Carlos Jordy (PSL-RJ): 7 meses
Daniel Silveira (PSL-RJ): 12 meses
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): 12 meses
General Girão (PSL-RN): 3 meses
Filipe Barros (PSL-PR): 6 meses
Junio Amaral (PSL-MG): 3 meses
Luiz Philippe de Órleans e Bragança (PSL-SP): 3 meses
Márcio Labre (PSL-RJ): 6 meses
Sanderson (PSL-RS): 10 meses
Vitor Hugo (PSL-GO): 7 meses
A Executiva Nacional também indicou advertência para outros quatro deputados. São eles:
Aline Sleutjes (PSL-PR)
Chris Tonietto (PSL-SC)
Hélio Lopes (PSL-RJ)
Coronel Armando (PSL-SC)