A eficiência no diagnóstico de infecções respiratórias é crucial para o sucesso do tratamento e a sobrevida de pacientes críticos. Com essa premissa, o Centro de Respostas Rápidas para Vírus Respiratórios foi implementado no Hospital Infantil João Paulo II, reduzindo drasticamente o tempo de liberação dos resultados laboratoriais.
Essa iniciativa impactou diretamente no manejo clínico e nos desfechos hospitalares de crianças internadas em terapia intensiva, otimizando tanto o atendimento quanto a alocação de recursos.
Organizado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), o projeto analisou 4.095 amostras entre agosto de 2021 e agosto de 2024. O uso de um painel de RT-qPCR para o diagnóstico de 16 vírus, incluindo SARS-CoV-2 e influenza, resultou na identificação do agente etiológico em 85% dos casos (n = 3.459).
André Felipe Leal Bernardes, referência técnica em Vigilância de Vírus Respiratórios da Funed, destaca que o tempo médio de liberação dos exames foi reduzido de 5,54 dias em 2021 para apenas 1,15 dias em 2024, ano da implementação do projeto.
A coordenadora médica das UTI Pediátricas do CHU, Verônica Ferreira Cury, observa que essa agilidade permite o adequado isolamento das crianças que necessitam dele, reduzindo o risco de transmissão intra-hospitalar e possibilitando o início do tratamento precoce nos casos em que há indicação.
Bernardes complementa que a rapidez no diagnóstico levou a intervenções clínicas mais precisas, impactando a gestão hospitalar. A identificação do agente causador possibilitou a adoção de terapias direcionadas e medidas de controle de infecção, diminuindo o risco de surtos dentro do hospital.
A experiência bem-sucedida no Hospital Infantil João Paulo II resultou na expansão do modelo para outras unidades da rede Fhemig e ressalta a importância de investimentos em infraestrutura laboratorial e tecnologia de ponta para enfrentar desafios em saúde pública. “Projetos como o Centro de Respostas Rápidas são fundamentais para otimizar o atendimento em unidades de terapia intensiva, garantindo diagnósticos ágeis e intervenções oportunas que salvam vidas”, finaliza Bernardes.