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Erika Hilton cancela viagem aos EUA após visto com gênero masculino

Erika Hilton cancela viagem aos EUA após visto com gênero masculino
Foto: Reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) cancelou uma viagem oficial aos Estados Unidos ao receber um visto que identificava seu gênero como masculino, o que vai contra sua identidade de gênero. A parlamentar tinha a intenção de participar de palestras nas universidades de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) durante a Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, programada para 12 de abril.

A autorização para a participação de Erika no evento, que versaria sobre diversidade e democracia, foi concedida pela presidência da Câmara dos Deputados como uma missão oficial. Em situações dessa natureza, a solicitação de visto é diretamente feita pela Casa à embaixada do país de destino.

Conforme a assessoria da deputada, desde o início do processo houve dificuldades, atribuídas a políticas adotadas pelo governo Trump. Em um determinado momento, a equipe de Erika recebeu orientação para solicitar um visto de turista. Após insistências da Câmara, o visto foi liberado, mas com a identificação de gênero masculino.

Erika Hilton é uma das duas primeiras parlamentares trans da história da Câmara, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG), ambas eleitas em 2022.

A questão do visto é vista como um reflexo das políticas discriminatórias instauradas pelo governo Trump, que, em janeiro de 2021, suspendeu a emissão de passaportes com gênero “X”, destinado a pessoas não binárias. O decreto foi assinado logo após a posse do ex-presidente e resultou na remoção de termos como “gay”, “lésbica”, “transgênero” e “LGBTQ” de sites oficiais nos EUA, além de restrições à participação de indivíduos trans em diversas áreas.

No ano passado, Erika havia obtido um visto oficial com identificação feminina, que respeitava sua autodeterminação, mas que expirou antes do evento deste mês.

A deputada informou que acionou o Itamaraty e planeja denunciar os Estados Unidos à Organização das Nações Unidas (ONU) por transfobia. “É muito grave o que os Estados Unidos têm feito com pessoas trans que vivem ou visitam aquele país. É uma política higienista e desumana que, além de atingir pessoas trans, também desrespeita a soberania do Brasil em emitir documentos que devem ser respeitados internacionalmente”, afirmou a parlamentar em nota.

“Trata-se de uma expressão escandalosa e cruel da transfobia de Estado praticada pelo governo americano. Quando essa prática ocorre nos EUA, exige uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade outro país, clama também por uma resposta diplomática e uma ação do Itamaraty”, completou.

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