O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que Jair Bolsonaro deve “cair na realidade” após ser reconhecido como réu por tentativa de golpe de Estado. A afirmação ocorreu durante uma entrevista coletiva no Japão, na quarta-feira (26), após o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e sete de seus aliados.

“Ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, afirmou Lula.

O petista enfatizou que o STF está fundamentado nos autos do processo e nas investigações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “O correto é que a Suprema Corte se baseia e se manifesta nos autos do processo, após meses de investigação rigorosa pela PF e pelo MP”, defendeu.

Lula evitou discutir o julgamento diretamente, mas reiterou suas críticas ao ex-presidente. Ele destacou que é “visível” que Bolsonaro tentou dar um golpe e estava envolvido em um plano para assassiná-lo, assim como ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Há provas suficientes que mostram que ele tentou contribuir para meu assassinato, do vice-presidente e do ex-presidente da Justiça Eleitoral Brasileira”, afirmou Lula.

O presidente também criticou a proposta de anistia para aqueles condenados pelos episódios de 8 de janeiro de 2023, o que poderia beneficiar Bolsonaro e seus aliados. Para Lula, solicitar anistia antes do julgamento é uma admissão de culpa.

“Pedir anistia antes do julgamento significa que ele está reconhecendo sua culpa. Se ele provar sua inocência, não precisaria de anistia. Prove que é inocente e ficará livre”, disse.

Por fim, Lula ressaltou que a lei deve ser respeitada e que, caso Bolsonaro seja condenado, ele precisará cumprir a pena. “Isso é válido para todos os 213 milhões de habitantes. Por isso, ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, concluiu.