No final do julgamento que se arrastou por dois dias no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, Paulo Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pela morte do ator Rafael Miguel e seus pais, João Alcísio e Miriam Selma. O crime, que ocorreu em 2019, resultou em uma espera de seis anos pelo julgamento.
O juiz Antônio Carlos Pontes destacou que a fuga de Cupertino após o crime agravou sua pena, determinando a necessidade do cumprimento imediato da condenação.
Outros dois réus, Wanderley Antunes Ribeiro Senhora e Eduardo José Machado, foram absolvidos por falta de provas que comprovassem sua participação na fuga do réu principal.
O segundo e último dia do júri começou às 10h30, com o Ministério Público iniciando os debates com uma apresentação de evidências que reforçavam a acusação de triplo homicídio. A promotoria alegou a premeditação do crime, indicando Cupertino como o autor dos disparos.
Por outro lado, a defesa negou que Cupertino tivesse atirado. A advogada Juliane Santos de Oliveira argumentou que ele fugiu temendo ser “linchado pela opinião pública e pela mídia”.
Um dos depoimentos mais aguardados foi o de Isabela Tibcherani, filha de Cupertino e ex-namorada de Rafael. Ela testemunhou que o pai era possessivo e não aceitava o relacionamento. Isabela, presente no momento dos disparos, afirmou que, após uma discussão breve, seu pai atirou.
A ex-esposa de Cupertino, Vanessa, também depôs, relatando episódios de violência, incluindo que ouviu os tiros vindos da garagem no dia do crime.
Rafael Miguel, famoso por seu papel em Chiquititas do SBT e por um icônico comercial na infância, teve um caso que gerou grande comoção nacional, tendo seu julgamento um desfecho esperado por anos. Com a condenação, Paulo Cupertino cumprirá sua pena em regime fechado, encerrando um dos casos mais emblemáticos da justiça brasileira dos últimos tempos.