A deputada republicana María Elvira Salazar, aliada do ex-presidente Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (28) que a recente decisão dos Estados Unidos de restringir vistos a estrangeiros envolvidos em atos de censura é um claro aviso ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em suas redes sociais, Salazar afirmou: “Que isso sirva de alerta aos tiranos do mundo e aos simpatizantes, como Alexandre de Moraes. Se você tentar censurar cidadãos americanos, até mesmo além de suas fronteiras, você não é bem-vindo aos Estados Unidos”.

A parlamentar enfatizou que os EUA não tolerarão mais que autoridades estrangeiras usufruam de liberdades garantidas no país enquanto limitam direitos em seus próprios territórios. “A liberdade de expressão é sagrada e nós a defenderemos em todos os lugares”, completou.

A declaração surge um dia após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciar novas diretrizes sobre vistos, mencionando que a América Latina está entre as regiões afetadas, embora sem especificar nomes ou países.

Em setembro do ano passado, Salazar já havia proposto um projeto para barrar a entrada nos EUA de autoridades que violassem a Primeira Emenda da Constituição americana, que protege a liberdade de expressão e de imprensa, citando ações de Moraes que, segundo ela, constituem um movimento de repressão.

A polêmica ressurgiu após comentários de aliados de Trump, como o conselheiro político Jason Miller, que mencionou Moraes em uma postagem sobre a nova diretriz. Em abril, ele já havia se manifestado contra o ministro, considerando-o “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”.

A possível inclusão de Moraes nas restrições de vistos gerou reações no Brasil, com o ex-ministro Rubens Ricupero afirmando que uma negação de visto ao magistrado resultaria em “resposta política”, enquanto parlamentares da oposição apoiaram a medida dos EUA.