Um juiz da Califórnia anunciou a redução das penas de Erik e Lyle Menendez, que foram condenados à prisão perpétua pelo assassinado de seus pais em 1989. Agora, com a nova decisão, os irmãos irão cumprir uma pena de 50 anos, tornando-se elegíveis para a liberdade condicional de acordo com uma legislação estadual que beneficia aqueles que cometeram crimes antes dos 26 anos.

A decisão sobre a concessão da liberdade condicional será feita pela junta estadual apropriada. Durante uma audiência recente em Los Angeles, os promotores terão a tarefa de provar que os irmãos ainda representam um risco à sociedade. Em contrapartida, os advogados dos Menendez devem apresentar evidências de que eles se reabilitaram ao longo das últimas três décadas de detenção. Espera-se que pelo menos sete familiares testemunhem nas próximas etapas do processo.

Em uma audiência que determinou a nova pena, os irmãos mostraram-se serenos, mas riram em um momento ao ouvirem o depoimento de uma prima.

O crime que chocou os EUA

Na noite de 20 de agosto de 1989, os Menendez assassinaram seus pais, Kitty e José Menendez, utilizando tiros de espingarda na sala da casa da família. Os irmãos dispararam também nos joelhos das vítimas para simular uma execução relacionada à máfia e, em seguida, foram ao cinema. Após o crime, Lyle telefonou para a polícia e, em meio ao choro, alegou que seus pais haviam sido mortos.

A investigação tomou um novo rumo quando a amante do psicólogo dos irmãos revelou que eles haviam confessado o crime durante sessões de terapia, com gravações entregues à polícia.

No primeiro julgamento, a defesa argumentou que os irmãos agiram em legítima defesa após anos de abuso sexual e emocional pelo pai. Alguns primos confirmaram os relatos de violência, mas o júri não chegou a um consenso, levando ao anulação do processo, e os irmãos foram julgados novamente, desta vez sem a possibilidade de usar a alegação de abuso como argumento principal. Em 1994, ambos foram condenados à prisão perpétua.

Novas evidências reacendem o caso

O caso voltou a ganhar destaque após o lançamento de documentários como “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais” e “O Caso dos Irmãos Menendez”. Neles, uma carta escrita por Erik para um primo em 1988, relatando abusos, foi revelada. Além disso, Roy Rosselló, ex-integrante do grupo Menudo, alegou ter sido vítima de abuso sexual por José Menendez durante sua adolescência e pediu publicamente pela libertação dos irmãos.

A partir de agora, a Justiça irá discernir se os Menendez devem permanecer detidos ou se são merecedores de liberdade condicional, quase 36 anos após o crime que deixou os Estados Unidos em estado de choque.