O Vaticano deu início à instalação da tradicional chaminé que anunciará a escolha do novo papa, que sucederá Francisco, falecido na última segunda-feira (21). A estrutura foi colocada no telhado da Capela Sistina por uma brigada de bombeiros da Santa Sé, e sua utilização se dará a partir da próxima quarta-feira (7), quando 133 cardeais iniciarão o conclave.
A colocação da chaminé coincide com o retorno das congregações gerais, nas quais cerca de 200 cardeais discutem as prioridades da Igreja Católica para os próximos anos. O trabalho de instalação foi relativamente discreto, passando despercebido pela maioria dos turistas que visitavam o local.
Durante o conclave, os cardeais realizarão quatro votações diariamente: duas pela manhã e duas à tarde, exceto no primeiro dia. A chaminé terá um papel crucial, emitindo fumaça que indica os resultados das votações. A fumaça será preta caso não se alcance a maioria de dois terços, e branca quando um novo papa for eleito, com a tradicional exclamação “Habemus Papam”.
O Vaticano também anunciou que dois cardeais com direito a voto não participarão do conclave por motivos de saúde: um deles é espanhol e o outro, bósnio, mas suas identidades não foram divulgadas. Assim, o número de votantes passou de 135 para 133, considerando que apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto.
A Capela Sistina possui dois fornos conectados à chaminé. O forno mais antigo é utilizado para queimar as cédulas de votação e as anotações dos cardeais, enquanto o forno moderno definirá o resultado da votação. Produtos químicos serão usados para determinar a cor da fumaça: preta se não houver acordo, e branca quando um novo líder religioso for escolhido.
Ainda não existe consenso entre os cardeais, e a duração das votações é incerta. Como a maioria dos votantes foi nomeada por Francisco, há expectativas de que o processo possa ser mais lento por conta da inexperiência do novo grupo de eleitores. Por outro lado, alguns acreditam que a proximidade do Jubileu possa acelerar o processo. Diversos nomes estão sendo considerados favoritos para assumir o trono papal, com candidatos da Europa, África e Ásia, mas nenhum brasileiro se destaca na lista.