Tifanny, atleta do Osasco, beijou emocionada o troféu da Superliga Feminina de Vôlei após a vitória sobre o Bauru, em um jogo realizado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
A oposta fez história como a primeira mulher trans a conquistar este título, representando não apenas a si mesma, mas toda uma comunidade. Em uma declaração poderosa, ela compartilhou:
“Estou muito feliz de poder ter essa representatividade dentro de quadra. Depois de oito anos de muita luta e transfobia, eu vou continuar porque eu sei que pessoas trans precisam de representatividade. Nós merecemos.”
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil lidera, pelo 16º ano consecutivo, as estatísticas de homicídios de pessoas trans. A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos, enquanto Tifanny, aos 40, se considera uma sobrevivente.
A jogadora enfatizou a importância da aceitação familiar e da inspiração que deseja representar:
“Pais, amem os seus filhos como eles são. Nós podemos realizar nossos sonhos se tivermos fé e resiliência.”
A história de Tifanny
Iniciando sua carreira no vôlei masculino, Tifanny fez sua transição de gênero em 2012 e foi autorizada a competir na categoria feminina em 2017. Desde então, ela se tornou uma figura carismática no esporte, enfrentando preconceitos e abrindo portas para outras atletas trans.
O jogo decisivo
No último confronto, o Osasco conquistou a vitória por 3 sets a 1, e Tifanny foi a segunda maior pontuadora, sendo fundamental na conquista do título. “Eu fechei quartas de final, fechei semifinal, fechei a Superliga”, resumiu com orgulho.