No mesmo dia em que Ednaldo Rodrigues foi destituído da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 19 das 27 federações estaduais assinaram um manifesto demandando uma renovação na entidade. Embora não mencione o ex-presidente, o documento demonstra apoio a uma nova eleição, que poderá ser convocada por Fernando Sarney, interventor designado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
O manifesto destaca: “Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência”. Este documento foi assinado por 19 presidentes de federações.
As federações que não aderiram ao manifesto incluem as de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso e Amapá.
Ednaldo Rodrigues foi afastado após a decisão da 19ª Câmara Cível do TJ-RJ, publicada nesta quinta-feira (15). A decisão se baseou na suspeita de falsificação da assinatura do Coronel Nunes, vice-presidente da entidade, em um acordo que validava a eleição de Ednaldo em 2022.
O desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro, responsável pela decisão, afirmou: “DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES”.
A decisão levou em conta um laudo médico de maio de 2023, que diagnosticou problemas de saúde como déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia, além de uma perícia grafotécnica que revelou inconsistências na assinatura do dirigente.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu denúncias contra Ednaldo, apresentadas pela deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e por Fernando Sarney. Embora o ministro Gilmar Mendes tenha negado pedidos de afastamento, ele remeteu o caso à Justiça do Rio, que optou pelo afastamento.
A partir de agora, Fernando Sarney irá conduzir a CBF até que uma nova eleição seja realizada “o mais rápido possível”, conforme estipulado pela Justiça.