Ex-peso-pesado, Maguila, enfrentava demência pugilística, doença neurodegenerativa ligada aos anos de carreira; lutador deixou legado com títulos nacionais e internacionais

Adilson Maguila, o maior peso-pesado da história do boxe brasileiro, morreu nesta quinta-feira, 24 de outubro de 2024, aos 66 anos em São Paulo. Diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, conhecida como demência pugilística, desde 2013, Maguila sofria com os efeitos de uma doença neurodegenerativa irreversível, desenvolvida após anos de combate. A esposa do ex-boxeador, Irani Pinheiro, confirmou a morte ao canal Record. “O Maguila estava há 18 anos com a doença… descobrimos um nódulo no pulmão e ele sentiu muitas dores no abdômen”, disse.

Maguila acumulou 77 vitórias em um cartel de 85 lutas ao longo de sua carreira, enfrentando grandes nomes do boxe mundial, como Evander Holyfield e George Foreman. Entre seus títulos, conquistou campeonatos nacionais e o cinturão da Federação Mundial de Boxe (WBF) em 1995. Sua ascensão ao ringue começou em São Paulo, após migrar para trabalhar como ajudante de pedreiro e enfrentar dificuldades financeiras.

Sua personalidade cativante e entrevistas carismáticas aproximaram o público brasileiro, e seu interesse pelo boxe foi inspirado pelos ídolos Éder Jofre e Muhammad Ali. Em 2013, com sintomas que variavam de esquecimentos a desorientação, ele recebeu o diagnóstico de demência pugilística. Maguila passou os últimos anos em uma clínica de reabilitação no interior paulista e, com autorização da família, seu cérebro será doado para pesquisas sobre o impacto de traumas esportivos, contribuindo para o desenvolvimento de medidas preventivas para futuros atletas.

Foto destaque: Reprodução/Arquivo Pessoal