Em um julgamento repleto de emoções, Harvey Weinstein voltou ao banco dos réus, onde diversas vítimas apresentaram suas acusações de agressão e estupro contra o ex-produtor de cinema. A promotora Shannon Lucey ressalta que o acusado era insensível a um ‘não’ e tinha total controle sobre suas vítimas.

A modelo polonesa Kaja Sokola, cuja história de agressão sexual foi exposta durante este novo julgamento, revelou que tinha apenas 16 anos quando foi atacada por Weinstein. Lucey, durante sua apresentação, destacou que as vítimas frequentemente enfrentaram o poder absoluto do produtor: “Ele tinha todo o poder; elas não tinham nenhum”, disse.

Detalhes chocantes

No tribunal, foi relatado que Weinstein costumava fazer exigências inapropriadas, inclusive por massagens e favores sexuais. A assistente de produção Mimi Haleyi relatou uma experiência similar, em que foi forçada a ceder a Weinstein, apesar de suas negativas.

“O réu, três vezes maior [que ela], a beijou, apalpou [mesmo que] ela tenha dito que não estava interessada”, afirmou Lucey, descrevendo as ações do acusado.

Consequências do julgamento

Weinstein, que já cumpria uma longa pena de 23 anos por crimes congruentes, agora enfrenta um novo júri e a possibilidade de um novo olhar sobre seu caso. O julgamento, que pode durar até junho, vem após uma anulação da sua condenação anterior, o que levanta novas esperanças no movimento #MeToo.

Com mais de 80 mulheres o acusando de comportamentos inadequados, incluindo figuras renomadas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, o desenrolar deste caso promete ter repercussões significativas na indústria do entretenimento e nas conversas sobre assédio sexual.