O novo julgamento de Harvey Weinstein em São Paulo trouxe à tona as acusações de agressão e estupro de suas supostas vítimas. O caso, que volta aos holofotes, incluiu um testemunho da modelo polonesa Kaja Sokola, que não estava presente no julgamento anterior há cinco anos.
A promotora Shannon Lucey apresentou ao júri as denúncias de três vítimas, enfatizando a dinâmica de poder entre Weinstein, de 73 anos, e suas vítimas, que frequentemente sentiam que “nunca podiam dizer não”. Lucey detalhou as agressões, destacando que uma delas ocorreu quando Sokola tinha apenas 19 anos e Weinstein 54.
Sokola já havia processado o produtor em 2019 sob a Lei de Vítimas Menores de Idade. Segundo sua advogada, Lindsay Goldbrum, a prescrição do crime foi lamentável.
A promotora argumentou que Sokola conheceu Weinstein ao chegar a Nova York, através de um promoter que a convidou a um clube. Após uma interação inicial sobre atuação, o que deveria ser uma reunião profissional se transformou em um episódio de agressão. Weinstein levou a jovem a um local onde forçou contato físico.
Após dois anos, o produtor teria novamente tentado encontrá-la para novos ataques, e em 2006, durante um encontro em um hotel, teria novamente atacado a modelo, um relato que chocou o tribunal.
O advogado de Weinstein, Arthur Aidala, reiterou a inocência de seu cliente, alegando que todas as interações foram consensuais e que a única moral pergunta a fazer é sobre sua infidelidade.
Com um quadro de saúde debilitado, Weinstein compareceu ao tribunal em cadeira de rodas, enquanto o juiz Curtis Farber espera concluir a audiência até o final de maio. Como testemunhas estão programadas a depor, além de Sokola, as vítimas Mimi Haleyi e Jessica Mann.
O caso, que revitaliza o movimento #MeToo e as discussões sobre abuso sexual, continua a atrair a atenção da mídia e do público, refletindo as mudanças significativas nas dinâmicas de poder na indústria cinematográfica nos últimos anos.