A Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 2, uma redução de 5,6% no preço da gasolina A (sem adição de etanol) para as distribuidoras. O novo preço de venda passa a ser, em média, de R$ 2,85 por litro, com uma redução de R$ 0,17 por litro, em vigor a partir desta terça, 3. Essa medida é vista por especialistas como um fator que pode levar à diminuição do ritmo de alta da inflação.
Após 328 dias sem reajuste, o preço da gasolina estava 3% acima do praticado no mercado internacional, conforme dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Com a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela correspondente da Petrobras ao consumidor será de R$ 2,08/litro, refletindo uma redução de R$ 0,12 por litro.
Impactos nas projeções do IPCA
De acordo com Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, essa redução no preço da gasolina pode resultar em um impacto na queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As novas estimativas pela Warren indicam uma queda de 0,35% para 0,28% no IPCA de junho, e de 5,3% para 5,2% em 2025.
O Bradesco Asset também revisou suas projeções para o IPCA, reduzindo a expectativa de 5,4% para 5,3% este ano, enquanto manteve a previsão de 4,7% para 2026. Segundo Marcelo Toledo, economista-chefe do Bradesco, o recente recuo nos preços das commodities, principalmente energéticas, criaram um cenário mais favorável para a inflação.
O Santander, em suas projeções, ajustou o avanço projetado para o IPCA em junho para -0,09 ponto porcentual, prevendo uma alta de 0,37%, e para julho uma ligeira queda de -0,01 ponto, ficando em 0,15%. Apesar de esperado, o reajuste ocorreu mais cedo do que o previsto e não altera as estimativas para 2025.
Expectativas em relação ao preço do petróleo
Contrariando a queda do preço da gasolina no Brasil, o petróleo teve uma forte alta no exterior. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do petróleo WTI para julho subiu 2,85%, fechando a US$ 62,52 por barril. Já o Brent, referência no Brasil, avançou 2,95%, negociado a US$ 64,63 por barril. Essa alta no mercado internacional é influenciada por tensões geopolíticas, como a guerra entre Rússia e Ucrânia.
No sábado passado, a Opep+ anunciou uma nova aceleração no aumento da produção de petróleo do cartel.