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Estudo revela precariedades do trabalho remoto em plataformas digitais

Estudo revela precariedades do trabalho remoto em plataformas digitais
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

As plataformas digitais se tornaram fundamentais na mediação de serviços em todo o mundo. Setores como entregas, transporte e aluguel por temporada são amplamente reconhecidos, mas esses serviços também incluem um crescente número de trabalhos remotos, como a alimentação de bancos de dados, criação de conteúdo e suporte a serviços profissionais, como contabilidade e advocacia.

Segundo o Relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, que foi divulgado recentemente, os trabalhadores remotos dependem, em média, de suas atividades nessas plataformas para obter sua principal remuneração. No entanto, muitos enfrentam condições precárias: atrasos nos pagamentos, remuneração abaixo do salário mínimo local e falta de suporte e segurança, especialmente em funções de alta demanda emocional, como categorizar conteúdos sensíveis.

O estudo, que envolveu 16 plataformas de trabalho e 750 trabalhadores de 100 países, mostrou que a média de pontuação dessas plataformas em relação às condições de trabalho foi baixa, com uma média de 3,5 em 10. A Amazon Mechanical Turk, Freelancer e Microworkers foram listadas entre as piores, com zero pontos.

Um dado alarmante do estudo revela que um em cada três entrevistados deixou de receber por algum serviço ou foi pago com cartões-presente, que muitas vezes precisam ser leiloados antes de terem seu valor real acessado em contas bancárias.

Além disso, o relatório destaca a falta de regulamentação, sugerindo que os governos devem estabelecer normas para proteger os trabalhadores, especialmente considerando que a economia digital global movimentou cerca de US$ 557 bilhões em 2024 e estima-se que cresça para US$ 647 bilhões neste ano.

No Brasil, o salário mínimo é de R$ 1.518, e apenas quatro das 16 plataformas analisadas conseguiram garantir que seus prestadores de serviço recebessem pelo menos esse valor após descontos. A gestão inadequada dos contratos e a falta de transparência também foram apontadas como problemas que agravam a situação.

“Precisamos urgentemente que os governos e os órgãos reguladores se mobilizem e responsabilizem as plataformas”, declarou Jonas Valente, coordenador do relatório.

A exigência de uma regulamentação e proteção adequada aos trabalhadores na economia digital é um tema que vem sendo discutido, especialmente pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que já recebeu diversas denúncias sobre a precarização do trabalho remoto no Brasil.

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