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Polícia Federal investiga ‘Careca do INSS’ e ex-diretores por corrupção

Polícia Federal investiga 'Careca do INSS' e ex-diretores por corrupção
© Shutterstock

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal (PF) realizou uma operação que resultou na apreensão de contratos e notas fiscais ligando a antiga cúpula do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como o “epicentro da corrupção ativa” na investigação sobre descontos indevidos do benefício.

A investigação sugere que Antunes atuava como lobista, representando associações dentro do instituto e cooptando funcionários para liberar descontos em massa. Ele teria recebido cerca de R$ 53,58 milhões de entidades associativas e usava empresas para prestar serviços de consultoria a associações de aposentados.

A PF encontrou cadernos com anotações que supostamente indicam pagamentos feitos por Antunes a Alessandro Stefanutto, presidente do INSS que foi demitido após a operação. O material foi recolhido no escritório de uma das empresas de Antunes, possivelmente sob investigações adicionais.

Estimativas mostraram que Antunes teria repassado R$ 9,32 milhões para servidores e empresas ligadas a ex-integrantes da cúpula do INSS durante as apurações. A defesa de Antunes, realizada pelo escritório Moreira & Schegerin Advogados, destacou que não comentará processos em curso, mas afirmou que as acusações são infundadas.

Entre os documentos apreendidos, um contrato foi encontrado no escritório de Eric Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS, referente a serviços de uma das empresas de Antunes, a Prospect Consultoria. Somente esta empresa teria recebido R$ 11 milhões de associações com acordos formalizados com o INSS.

A operação Sem Desconto da PF também revelou que o “Careca do INSS” destinou valores ao advogado de Fidelis, indicando outras possíveis vantagens indevidas. Notas fiscais em nome da empresa de Antunes, ligadas à irmã do procurador-geral do INSS, também foram encontradas, remetendo a mais de R$ 7,54 milhões movimentados.

Entre 2019 e 2024, o total de valores descontados de benefícios por associações foi de R$ 6,3 bilhões, com inquérito indicando que 97,6% dos segurados entrevistados não autorizavam tais descontos. Mais de 5.000 reclamações sobre os descontos foram registradas na Ouvidoria do INSS entre janeiro e fevereiro deste ano, conforme dados recentes.

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