(FOLHAPRESS) – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, declarou nesta quinta-feira (1º) que a economia brasileira enfrenta um “mau momento” devido à elevação das taxas de juros. Em um evento em São Paulo, ele ressaltou o empréstimo consignado CLT como uma solução para que os trabalhadores tenham acesso a crédito com melhores condições.
Marinho destacou que esse tipo de empréstimo já disponibilizou aproximadamente R$ 10 bilhões aos trabalhadores que fizeram a solicitação, um direito que, segundo ele, deve ser garantido. “A gente precisa conduzir a economia para o fim dos juros”, enfatizou durante a celebração do Dia do Trabalho.
O ministro também pediu uma mobilização entre os trabalhadores para a redução da jornada de trabalho, a eliminação da escala 6×1 e a inclusão de cláusulas nas convenções coletivas que assegurem salários iguais para homens e mulheres nas mesmas funções.
Ele fez um apelo aos empresários para que considerem aumentar os salários, que, em sua avaliação, são baixos, e pediu apoio do Congresso para aprovar a isenção de Imposto de Renda para os que ganham até R$ 5.000. Marinho argumentou que é essencial que os empregadores enxerguem seus funcionários também como consumidores.
Durante o evento, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, comentou sobre medidas do governo do presidente Lula voltadas para os trabalhadores, ressaltando o aumento do salário mínimo e a equiparação salarial entre gêneros.
REDUÇÃO DE JORNADA
Marinho sugeriu uma redução inicial da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas. Ele destacou que a decisão caberá ao Congresso Nacional, reiterando a necessidade de engajamento dos sindicatos. O ministro acredita que é viável implementar essa mudança e que isso poderia beneficiar tanto trabalhadores quanto empresas.
Ele também mencionou que a proposta demandará a criação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), um processo legislativo complexo que requer a aprovação por uma maioria qualificada nas casas legislativas. Ao final, Marinho convocou os trabalhadores a lutarem por suas causas e apontou que uma mudança nesse sentido beneficiaria o país como um todo.
PRODUTIVIDADE & IMPACTO
Embora o fim da escala 6×1 esteja na pauta das centrais sindicais, há oposição de entidades do comércio e da indústria, que acreditam que a medida poderá aumentar os custos e desencorajar a competitividade, especialmente entre pequenas empresas. Eles argumentam que a carga horária deve ser negociada diretamente entre patrões e empregados.