A situação enfrentada pelos franqueados da Cacau Show tem gerado relatos alarmantes. Em um encontro realizado em maio de 2022, franqueados expressaram suas dificuldades financeiras e emocionais ao fundador e CEO da marca, Alexandre Costa. As histórias de quase falências e pedidos de ajuda foram emocionantes e, em muitos casos, desesperadoras.

Entre as acusações feitas estão as taxas consideradas abusivas, o acúmulo de dívidas, e a pressão recebida de consultores da empresa. Desde a implementação de novas taxas, os franqueados relatam multas inexplicáveis e um ambiente que gera constante temor de represálias.

Atualmente, a Cacau Show possui mais de 4.600 filiais no Brasil. Um ex-franqueado relatou estar com dívidas que ultrapassam R$ 2 milhões, e muitos afirmam terem perdido suas economias por conta da estrutura da franquia. Outro relato impactante veio de Náira Alvim Passionoto, que afirmou ter ficado um ano sem receber produtos devido à sua recusa em pagar a taxa do Cacau.

As taxas de publicidade e de cacau têm sido principais pontos de críticas. A taxa de cacau, que foi imposta em 2024, foi justificada pela Cacau Show como uma resposta ao aumento internacional do preço do produto, mas os franqueados sentem-se alijados do processo de tomada de decisão.

Além disso, as demandas de produtos são muitas vezes percebidas como inadequadas ao mercado local, gerando um sensação de que a empresa controla demais as operações dos franqueados. O crescimento da Cacau Show, segundo os franqueados, não foi acompanhado do aumento na estrutura de suporte, resultando em frustrações para aqueles que investiram na marca.

O advogado Sandro Wainstein, representante da associação de franqueados, corroborou esses sentimentos ao afirmar que a promessa de retorno de investimento muitas vezes não se concretiza, levando os franqueados a enfrentarem perdas financeiras significativas.