SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos e a China firmaram um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas, enquanto tentam encerrar uma guerra comercial que tem gerado preocupações sobre a recessão e afetado os mercados financeiros.
De acordo com o que foi acordado em Genebra durante o final de semana, os EUA reduzirão as tarifas adicionais sobre produtos chineses de 145% para 30% (sendo 10% a taxa básica e 20% relacionadas ao tráfico da droga fentanil). A China, em contrapartida, diminuirá as tarifas sobre importações americanas para 10% (atualmente em 125%). O país asiático também se comprometeu a suspender ou cancelar medidas não tarifárias contra os EUA.
Após o anúncio do acordo, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que as relações entre os países estavam normalizadas e indicou que conversará com seu homólogo chinês, Xi Jinping, esta semana. Trump destacou que as tarifas não voltarão a 145% após a pausa de 90 dias, mas advertiu que poderão aumentar caso não se chegue a um entendimento definitivo.
“Ontem conseguimos um recomeço completo com a China após negociações produtivas em Genebra”, disse Trump.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, comentou que tanto os EUA quanto a China demonstraram interesse em um comércio equilibrado, e que o acordo representa apenas o início de uma nova fase de negociações para um acordo comercial mais abrangente.
O impacto positivo no mercado foi imediado, com ganhos nas ações globais: os futuros do S&P 500 subiram 2,8%, enquanto o dólar americano valorizou-se 1,2% contra uma cesta de moedas.
“Isso é melhor do que eu esperava. Pensei que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%%”, afirmou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong.
No entanto, a disputa tarifária já paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, causando interrupções nas cadeias de suprimento e aumentando os temores de estagflação e desemprego.
O acordo é visto como um passo positivo tanto para as economias dos EUA quanto da China e para a economia global. Ambos os países concordaram em iniciar um novo fórum de diálogo econômico, representando um acordo crucial diante das tensões comerciais.