SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresentou leve queda e fechou cotado a R$ 5,654 nesta sexta-feira (9), recuando 0,12% e marcando o segundo dia consecutivo de queda. A movimentação da moeda está atrelada às expectativas sobre as negociações tarifárias entre os Estados Unidos e a China, bem como aos dados recentes de inflação no Brasil, que aumentaram em 0,43% em abril. Ao longo da semana, o dólar teve uma variação quase estável, com recuo acumulado de apenas 0,02%.
Em contrapartida, a Bolsa de Valores também reagiu positivamente, com o Ibovespa registrando um avanço de 0,20%, fechando a 136.511 pontos, e atingindo o pico de 137.286 pontos durante o dia. Esse resultado culmina em uma alta acumulada de 1,05% na semana, sendo essa a quinta semana consecutiva de ganhos.
A valorização das ações do Banco Itaú foi um dos fatores que impulsionou o índice, com os papéis subindo até 5% após a divulgação de um sólido resultado no primeiro trimestre. Outros papéis, como os de Porto Seguro, Petroreconcavo, Lojas Renner, Copel e Assaí, também contribuíram para o avanço do Ibovespa.
Todo o movimento nos mercados financeiros ocorre em meio à expectativa por encontros entre autoridades dos dois países, que ocorrerão neste fim de semana na Suíça. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, se reunirão com o czar econômico da China, He Lifeng.
No cenário internacional, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou esperar negociações significativas com a China, afirmando que a tarifa atual de 145% sobre produtos chineses poderia ser reduzida. Ao fazer uma postagem, Trump disse que uma tarifa de 80% “parece correta”, enfatizando que a China deveria abrir seu mercado.
Com o aumento das tarifas, a China respondeu aumentando as tarifas sobre produtos dos EUA para 125% e criando restrições sobre a exportação de recursos naturais.
Os investidores têm razões para esperar que as tensões comerciais possam diminuir, conforme indicou o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos.
No âmbito interno, os dados de inflação mostram que a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, foi de 0,43% em abril, desacelerando em relação ao mês anterior que foi de 0,56%. Em 12 meses, o índice chegou a 5,53%, ainda acima da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Banco Central.
Na tentativa de controlar a inflação, o Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 14,75% ao ano, o nível mais alto em 19 anos. Com isso, também permanece a expectativa quanto ao próximo passo da política monetária que será discutida na próxima reunião em junho.
O otimismo no mercado refletem na boa performance do câmbio e das ações. É importante notar que a Bolsa já havia registrado um avanço de 2,12% na quinta-feira, destacando as ações do Bradesco que subiram mais de 15%.
O comunicado do Banco Central eliminou a menção ao termo “ciclo”, indicando a possível aproximação do fim da alta de juros. Especialistas acreditam que essa postura pode aumentar a confiança dos investidores, proporcionando previsibilidade no mercado.