A Petrobras (PETR3; PETR4) comunicou nesta quinta-feira (17) uma redução de 3,4% no preço médio do diesel em suas refinarias, que passará a custar R$ 3,43 a partir desta sexta-feira (18). “Esse ajuste representa uma diminuição de R$ 0,12 por litro e é o segundo corte realizado no mês”, detalhou a empresa.
Essa nova redução está alinhada à queda no preço do barril do petróleo Brent, que despencou de aproximadamente US$ 75 para cerca de US$ 65 desde o dia 2 de abril, em decorrência de preocupações com uma possível recessão global, acentuadas pela guerra tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, que pode impactar a demanda internacional por petróleo.
Vale lembrar que a Petrobras já havia promovido uma redução de 4,6% no preço do diesel no dia 1º de abril, a primeira desde dezembro de 2023.
O sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, comentou que a Petrobras tomou essa decisão de maneira cautelosa devido à incerteza causada pela situação internacional. “Nos nossos cálculos, víamos um potencial de corte de até 30 centavos, mas a empresa optou por um corte menor, de 12 centavos”, afirmou.
Melo também destacou que a possível recuperação nos preços do petróleo pode ter influenciado essa escolha. “É provável que isso tenha pesado na decisão de não aprofundar o corte”.
Em coletiva de imprensa na quarta-feira (16), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou que a empresa considera a participação de mercado, o impacto social e variáveis como o preço do petróleo Brent e o câmbio em suas decisões sobre combustíveis. “A empresa busca o que é melhor para a sociedade brasileira”, ressaltou.
Thiago Vetter, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, afirmou que a defasagem entre o preço praticado pela estatal e o preço de paridade mínimo foi eliminada com essa redução. “Isso significa que o produto vendido pela empresa está agora alinhado com o preço do importado”, explicou, mas acrescentou um alerta sobre os riscos futuros. “Existe o risco de que, caso o petróleo continue a subir, o preço da Petrobras fique abaixo do mercado international, o que afetaria a viabilidade das importações”.
É importante ressaltar que o Brasil importa cerca de 30% do diesel que consome. Contudo, a repasse da redução de preços nas refinarias para os consumidores nos postos não é imediato, variando conforme as margens de distribuidores e revendedores, além de impostos e da mistura obrigatória de biodiesel.