A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira, 2, que a inflação na zona do euro está próxima da meta de 2%, mas que ainda há trabalho a ser feito. Em entrevista à rádio Newstalk, ela comentou sobre a necessidade de avaliar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a economia europeia, destacando que tais medidas trarão consequências prejudiciais para a economia global.
“A previsibilidade está em falta no momento. Não sabemos até o dia de hoje qual será a determinação das tarifas, mas sabemos que serão negativas para o mundo“, declarou Lagarde, referindo-se ao anúncio esperado do presidente Donald Trump. Ela ressaltou que “a densidade e a durabilidade do impacto devem variar dependendo do escopo, dos produtos visados e da duração das tarifas”.
Entre as complicações que podem resultar das tarifas, Lagarde citou a interferência nos fluxos de comércio, o aumento dos preços de produtos e a volatilidade dos mercados. Além disso, ela observou que atualmente há uma menor disposição dos investidores europeus em direcionar investimentos para os EUA. “Precisamos atrair esses recursos para a União Europeia e tornar nossos mercados mais atrativos. Temos as oportunidades para realizar isso”, afirmou.
Por fim, Lagarde evitou comentar abertamente sobre as medidas que as autoridades europeias devem adotar em resposta às tarifas dos EUA, mas enfatizou o papel do BCE em prever e explicar as possíveis consequências negativas para a economia. Ela também defendeu um aumento da independência da União Europeia em relação a outros países, citando a dependência de tecnologias dos EUA e da China, especialmente no setor de pagamentos digitais, e ressaltou a necessidade de fortalecer a infraestrutura europeia.