São Paulo, SP (FOLHAPRESS) – A Hermès superou a LVMH -conglomerado que reúne marcas como Louis Vuitton, Dior, Sephora e Tiffany & Co– nesta terça-feira (15), consolidando-se como a marca de luxo mais valiosa globalmente.

Isso ocorreu após a divulgação de resultados modestos do primeiro trimestre da LVMH, que resultaram em uma queda de 7,8% nas ações do grupo, reduzindo seu valor para € 243 bilhões (aproximadamente R$ 1,61 trilhão na cotação atual).

O grupo, liderado pelo bilionário francês Bernard Arnault, possui mais de 80 marcas e é conhecido pela produção de bolsas, joias, roupas e outros artigos de luxo. No entanto, o lucro da sua principal divisão, moda e artigos de couro, teve uma queda de 5%, quando a expectativa era de crescimento de 1%.

Em contrapartida, a Hermès, que começou sua trajetória ligada à moda de cavalaria, afirma-se no segmento de luxo com sucesso das icônicas bolsas Birkin e Kelly. Clientes frequentemente aguardam meses, ou até anos, para adquirir esses produtos exclusivos; uma bolsa Kelly pode ser vendida por mais de € 8 mil (aproximadamente R$ 53,3 mil).

No fechamento do mercado, a Hermès registrou alta de 0,21%, elevando seu valor para € 247 bilhões (cerca de R$ 1,64 trilhão).

Em 2010, Arnault adquiriu uma participação na Hermès, que é uma marca independente, pretendendo integrá-la ao portfólio da LVMH, mas a proposta foi rejeitada pelo conselho da empresa.

Contudo, a Hermès se destaca por sua exclusividade, um dos pilares que lhe permite sustentar-se melhor durante a atual desaceleração do mercado de luxo, influenciada pela crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19.

A situação atual é ainda mais complexa devido à guerra tarifária iniciada por Donald Trump, que anunciou neste mês uma tarifa de 20% sobre produtos da União Europeia, posteriormente reduzida para 10%, enquanto a tarifa para a China chega a 245%.