SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar caiu pela oitava sessão seguida, com a Bolsa registrando a sétima alta consecutiva nesta terça-feira (29). Investidores estão atentos a um alívio tarifário nos Estados Unidos, em meio a dados econômicos fracos da maior economia do mundo.
Nas primeiras horas de negociação, o dólar apresentou uma leve alta em relação ao real. Porém, após a divulgação de dados sobre a confiança do consumidor americano e a redução nas vagas de trabalho nos EUA, a moeda americana passou a cair. Na mínima do dia, por volta de 12h20, a divisa chegou a ser cotada a R$ 5,620, o menor patamar desde outubro do ano passado, encerrando com um recuo de 0,29%, a R$ 5,630.
A Bolsa também fechou em alta, com uma variação de 0,05%, alcançando 135.092 pontos e atingindo um novo pico do ano ao tocar 136.149 pontos na máxima do dia. Na segunda (28), o dólar fechou em queda de 0,72%, cotado a R$ 5,647, enquanto a Bolsa subiu 0,20%, a 135.015 pontos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi protagonista em um decreto assinado nesta terça, que visa amenizar o impacto das tarifas automotivas, segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. O movimento acontece após os apelos de montadoras como a Ford e a General Motors, que alegaram que as sobretaxas prejudicariam o setor ao aumentar custos e reduzir lucros.
Com a nova alteração, montadoras que pagam uma tarifa de 25% sobre importações de automóveis não estarão sujeitas a tarifas adicionais sobre aço e alumínio, de acordo com as autoridades. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, comentou que a incerteza tarifária é uma estratégia nas negociações de Trump, e não prevê grandes choques nas cadeias de oferta.
Para ele, a expectativa é que o dólar permaneça em um movimento de enfraquecimento frente à maioria das moedas globais, buscando uma zona de estabilidade entre R$ 5,60 e R$ 5,80 nas próximas semanas.
Na economia dos EUA, foram divulgados dados que indicam uma queda na confiança do consumidor, que atingiu o menor nível em quase cinco anos, com o índice despencando 7,9 pontos, para 86,0. Ademais, as vagas de emprego abertas caíram acentuadamente, indicando uma diminuição na demanda de mão de obra.
Esses dados fracos podem impactar as expectativas do mercado sobre as futuras decisões de juros nos Estados Unidos, especialmente com a proximidade da divulgação do relatório mensal de emprego e outros índices importantes.
Localmente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se manifestou durante coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira, confirmando não ter desconforto com a meta de 3% para a inflação. Galípolo destacou que o Brasil mantém um dinamismo econômico mesmo diante de juros elevados, e que é necessário reunir confiança sobre a convergência da inflação para a meta.