O bloco Brics, que inclui Brasil, Arábia Saudita, África do Sul, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia, se prepara para criticar as medidas unilaterais no comércio internacional e reafirmar sua defesa da Organização Mundial do Comércio (OMC). A reunião dos ministros das relações exteriores acontece entre os dias 28 e 29 de outubro, no Rio de Janeiro, em meio às tensões comerciais geradas pelos tarifaços impostos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

China, a maior economia do Brics, enfrenta tarifas que chegam a 145% e é o principal alvo das decisões de Trump.

De acordo com o embaixador Mauricio Lyrio, negociador-chefe do Brasil no Brics, a declaração conjunta em negociação busca reforçar o compromisso com o multilateralismo no comércio. “Os ministros estão discutindo uma declaração que visa reafirmar a importância do sistema multilateral de comércio como eixo principal de atuação. Eles devem reiterar sua crítica a todas as medidas unilaterais, independentemente da sua origem”, afirmou Lyrio.

A posição do Brics, que já é bem definida, rejeita as medidas unilaterais. Lyrio também é encarregado de tratar das negociações técnicas com o governo Trump a respeito das tarifas que impactam o Brasil. O país sofre, além de um imposto de 10% sobre produtos, com uma sobretaxa de 25% nas vendas de aço aos EUA.

A defesa do multilateralismo é um sinal claro de que os países do Brics se opõem ao controle de Trump, que forçou várias nações a estabelecer negociações individuais com os Estados Unidos.

O Brasil argumenta que as disputas comerciais devam ser resolvidas no âmbito da OMC; no entanto, o órgão enfrenta dificuldades, já que os EUA bloquearam a indicação de novos juízes para o seu tribunal de apelação, comprometendo seu funcionamento.