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Boeing enfrenta suspensão de pedidos da China devido a tensões comerciais

Boeing enfrenta suspensão de pedidos da China devido a tensões comerciais
© Randall Hill/Reuters

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Boeing, Kelly Ortberg, anunciou nesta quarta-feira (23) a interrupção dos pedidos de aviões pelas companhias aéreas chinesas, consequência da crescente guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Recentemente, a Bloomberg reportou que o governo chinês determinou a suspensão das compras de aeronaves da Boeing, conforme a informação de fontes próximas ao governo. Embora o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lin Jian, não tenha confirmado a informação, Ortberg ressaltou à emissora CNBC que a China “não está recebendo envios”, atribuindo a situação ao contexto tarifário vigente.

Ele destacou que várias companhias aéreas da China têm adiado a aceitação de novas aeronaves, em resposta à decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas de até 145% sobre produtos importados da China. Como retaliação, o governo chinês elevou em 125% as tarifas sobre as importações dos Estados Unidos, o que inclui os aviões.

Para lidar com a situação, Ortberg afirmou que a Boeing está considerando uma “abordagem muito direta”. A companhia poderia reorganizar as entregas dos aviões já em produção e até redirecionar aeronaves não construídas para outras companhias aéreas, se necessário. Segundo ele, existem “muitos clientes” que desejam entregas imediatas e a Boeing não pretende continuar a produção de aviões para mercados que não os aceitarão.

Ele ainda afirmou: “Não vou permitir que isso atrapalhe a recuperação da nossa empresa”. O analista Ron Epstein, do Bank of America, comentou que, apesar da incerteza sobre as entregas do modelo 737 à China, a Boeing deve conseguir realocar essas aeronaves para outras companhias aéreas, citando a Índia como um potencial novo mercado.

A tensão comercial obscureceu resultados financeiros do primeiro trimestre, que, embora tenham superado expectativas, mostraram a fragilidade da situação. Ortberg revelou que a Boeing reportou um prejuízo líquido de US$ 31 milhões nos primeiros três meses do ano, uma redução significativa em relação à perda de US$ 355 milhões no mesmo período do ano anterior. As receitas do trimestre aumentaram 18%, alcançando US$ 19,5 bilhões, impulsionadas por 130 entregas de aeronaves, uma melhora em comparação com as 83 do ano passado.

No entanto, a empresa também sofreu um fluxo de caixa livre negativo de US$ 2,3 bilhões, embora melhor que os US$ 3,9 bilhões do ano anterior. Ortberg, que assumiu a função visando recuperar a imagem da Boeing, enfatizou que a empresa está no caminho certo e fazendo progressos na entrega de aeronaves de maior qualidade e com maior previsibilidade.

Recentemente, a Boeing anunciou a venda de parte de sua unidade de aviação digital para o grupo de investimentos Thoma Bravo por US$ 10,6 bilhões para fortalecer sua posição financeira, chamando a atenção para a necessidade de um portfólio mais racionalizado.

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