SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde 6 de fevereiro, aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) contam com um novo prazo de 96 meses para quitar empréstimos consignados. Essa alteração significa que o tempo máximo aumentou de 84 para 96 meses, possibilitando que os beneficiários considerem estender o contrato e reduzir o valor das parcelas.
Segundo o INSS, atualmente, mais de 15,4 milhões de beneficiários possuem pelo menos um contrato de empréstimo ativo. Com o novo prazo, a portabilidade de empréstimos se torna uma possibilidade, permitindo transferir o saldo devedor de um banco para outro para usufruir de melhores condições.
O empréstimo consignado é uma modalidade sob o controle da Previdência Social que desconta as parcelas diretamente da folha de pagamento. As regras atuais permitem que o segurado comprometa até 45% do benefício, com a divisão de 35% para empréstimos pessoais, 5% para cartão de crédito consignado e 5% para cartão de benefício.
Os juros máximos para contratos de empréstimos consignados do INSS foram fixados em 1,80% ao mês, enquanto que no cartão de crédito consignado, a taxa é de 2,46%.
Atualmente, 78 instituições financeiras oferecem essa modalidade, incluindo bancos como Caixa, Bradesco, C6 Bank e Itaú, que já disponibilizam a renegociação e novos contratos com o prazo ampliado.
Tulio Oliveira, diretor executivo de negócios digitais do Bradesco, destacou que, nas primeiras 24 horas, mais de 10 mil clientes contrataram ou renegociaram empréstimos com o banco. Entretanto, é preciso ficar atento, pois os bancos podem exigir que de 15% a 30% das parcelas já estejam pagas antes de permitir o refinanciamento.
Ao considerar essa opção, o credor deve avaliar seu planejamento financeiro. A ampliação do número de parcelas pode ser benéfica para equilibrar o orçamento, mas é importante ficar atento ao impacto no valor total pago. Mesmo com taxas de juros mais baixas, quem pegou empréstimos com juros menores que 1,80% ao mês deve analisar se a troca realmente compensa.
Cuidados ao refinanciar
É essencial que o beneficiário leia atentamente todas as cláusulas do contrato, compreendendo os custos envolvidos. O economista Rafaela de Sá alerta para o risco de refinanciamentos repetidos, que podem levar a um ciclo de endividamento.
Além disso, ao considerar a portabilidade, é fundamental verificar as tarifas administrativas e outros encargos que possam ser aplicados.
O que considerar antes de refinanciar o empréstimo
- Taxas de juros: Se o novo financiamento oferecer juros mais baixos, pode ser uma boa oportunidade para transferir a dívida.
- Redução das parcelas: Se as parcelas atuais pesam no orçamento, um novo contrato pode aliviar esse peso.
- Consolidação de dívidas: Refazer o empréstimo pode ajudar a organizar as finanças ao juntar várias dívidas em uma só.
- Melhoria no perfil de crédito: Se sua situação financeira melhorou, você pode conseguir melhores condições.
- Custo total: Avalie o impacto no total pago ao final do prazo.
Como consultar sua situação
Pelo aplicativo ou site do Meu INSS, é possível verificar a situação dos empréstimos ativos e a margem consignável, essencial para evitar fraudes.
Considere sempre fazer uma simulação do novo empréstimo e avaliar sua viabilidade financeira antes de tomar uma decisão.