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BRICS avança na utilização de moedas locais em negócios internacionais

BRICS avança na utilização de moedas locais em negócios internacionais
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O BRICS, sob a presidência rotativa do Brasil desde 1º de janeiro, está determinado a avançar no uso de moedas locais para as operações financeiras relacionadas ao comércio e investimentos entre os países-membros. Essa iniciativa visa reduzir os custos associadas a transações comerciais nos países emergentes.

A confirmação foi feita pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mauricio Lyrio, em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília nesta última sexta-feira (21). Ele continua a ser o negociador-chefe do Brasil no BRICS, indicado para coordenar os trabalhos como sherpa.

“É algo que já se desenvolve no BRICS desde 2015 e nós continuamos a avançar, até porque o uso de moedas locais já é praxe no comércio bilateral entre membros do BRICS. Vários membros já utilizam moedas locais em seu comércio bilateral, o que continuará durante a presidência brasileira”, declarou Lyrio.

De acordo com o secretário, o sistema de pagamentos em moedas locais está entre as principais prioridades das potências regionais, que serão debatidas nas reuniões programadas para a próxima terça (25) e quarta-feira (26), onde os principais líderes e negociadores das 11 nações que compõem o bloco participarão.

As nações são: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, a partir de janeiro de 2024, o Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã se juntarão como membros plenos.

O secretário do Itamaraty também ressaltou que, neste momento, o BRICS não discutirá a criação de uma moeda comum para o grupo. “Não há acordos sobre o tema, além de ser um processo extremamente complexo. Estas são economias grandes, e esse não é um tema fácil de administrar. Existem outras formas de reduzir custos operacionais, que se relacionam à lógica interna do BRICS”.

Ainda segundo Mauricio Lyrio, a posição de não discutir uma moeda comum não está vinculada a comentários de autoridades internacionais. Recentemente, o novo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou os países do bloco com tarifas de 100% sobre importações se o grupo buscasse alternativas ao dólar nas negociações internacionais.

Embora a possibilidade de discussão sobre uma moeda comum esteja afastada por ora, o diplomata não descartou que os chefes de Estado do BRICS possam abordar essa questão no futuro. “Nada impede que os presidentes discutam a possibilidade em um horizonte mais distante”, afirmou.

O sherpa brasileiro também enfatizou que o BRICS foi criado com a intenção de reforçar o multilateralismo para resolver problemas e reformar a governança global, buscando torná-la mais democrática, inclusiva e representativa para seus países membros.

Prioridades do BRICS

As reuniões na próxima semana irão alinhar as prioridades do Brasil à frente do BRICS, além da utilização de moedas locais nas operações financeiras. Os temas serão discutidos antes da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, que ocorrerá de 6 a 7 de julho, no Rio de Janeiro.

As cinco prioridades que serão apresentadas nos encontros são:

  • Cooperação em saúde
  • Financiamento de ações de combate à mudança do clima
  • Comércio, investimento e finanças do BRICS
  • Governança da inteligência artificial
  • Desenvolvimento institucional do BRICS

O encontro será iniciado na terça-feira pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, com a possibilidade de uma sessão especial com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo dia do evento.

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