Na sexta-feira, 14, o Brasil deu início ao intercâmbio de energia com a Venezuela, conforme informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), presentes no Informativo Preliminar Diário de Operação (IPDO).
A partir daquela data, a linha de transmissão de 230 kV Boa Vista/Santa Elena foi ativada, completando a interligação do sistema Roraima com o sistema elétrico da Venezuela. Isso possibilitou a importação comercial de 15 megawatts (MW), conforme relatado.
Em janeiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) já havia decidido que a empresa Bolt Energy realizaria testes e a importação de energia elétrica da Venezuela para atender ao estado de Roraima, embora os estudos tenham se estendido além do previsto.
Na sexta-feira, a importação foi inicialmente programada para 10 MW, mas apenas 6 MW foram efetivamente importados. Já no sábado, 15, a expectativa era de intercâmbio de 15 MW, mas somente 7 MW foram verificados. O desempenho abaixo do esperado pode estar relacionado a problemas na linha de transmissão Boa Vista/Santa Elisa, que sofreu um desligamento.
Da mesma forma, no domingo, 16, foram importados apenas 9 MW contra a expectativa de 15 MW, mas sem ocorrência de falhas destacadas, segundo o IPDO.
Quando consultado sobre o assunto, o ONS não se manifestou.
Anteriores informações do ONS enfatizavam que a importação de energia visa reduzir custos operacionais e aumentar a segurança e confiabilidade no atendimento aos consumidores de Roraima. A expectativa é que, dependendo da carga do estado, possa haver uma economia de até R$ 500 mil por dia.
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a utilização de R$ 41,24 milhões da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para apoiar a importação de energia elétrica da Venezuela entre janeiro e abril deste ano.
A CCC serve como subsídio para a energia termelétrica em sistemas não interligados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), como é o caso de Roraima, que é alimentado pela energia vinda da Venezuela.
A importação será levada a cabo pela empresa Bolt Energy Comercializadora de Energia ao custo de R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh). A operação foi iniciada na semana anterior, mesmo após o ONS ter mencionado a necessidade de informações adicionais das autoridades venezuelanas.
Vale destacar que, no ano anterior, a Aneel também havia aprovado a destinação de R$ 17,08 milhões em uma operação semelhante, que não ocorreu devido à falta de testes por parte do ONS.