O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal, em março de 2025, revelou que 335.151 pessoas vivem em situação de rua no Brasil. Este número representa um aumento de 0,37% em relação ao registrado em dezembro de 2024, quando eram 327.925 pessoas.
Esses dados são resultados do informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado no dia 14 de abril de 2025. O estudo se baseou em informações fornecidas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Os dados demonstram um crescimento alarmante, já que o número de pessoas em situação de rua é 14,6 vezes maior do que em dezembro de 2013, quando apenas 22.9 mil indivíduos encontravam-se nessa situação.
Em março de 2025, a distribuição da população em situação de rua revelou que:
- 9.933 crianças e adolescentes (3%)
- 294.467 adultos (88%)
- 30.751 idosos (9%)
Desses, 84% são homens. A renda é igualmente preocupante, pois 81% dos entrevistados relataram viver com até R$ 109 ao mês, o que corresponde a apenas 7,18% do salário mínimo atual, de R$ 1.518.
Sobre a educação, a pesquisa apontou que 52% retrocederam no acesso ao ensino básico, sendo a maioria dessa população composta por pessoas negras, em contraste com o 24% da população geral.
Distribuição Regional
A Região Sudeste abriga 63% da população em situação de rua, totalizando 208.791 pessoas. São Paulo é o estado que concentra a maior parte, com 42,82% do total. Abaixo estão as principais capitais com as maiores populações em situação de rua:
- São Paulo: 96.220 pessoas
- Rio de Janeiro: 21.764
- Belo Horizonte: 14.454
- Fortaleza: 10.045
- Salvador: 10.025
- Brasília: 8.591
Violência e Acesso a Serviços
Entre 2020 e 2024, registraram-se 46.865 atos de violência contra a população em situação de rua, com os dados centralizados nas capitais, onde se observa que a maioria das incidências ocorre em vias públicas.
O OBPopRua enfatiza que as políticas públicas são inadequadas e que mais esforços são necessários para garantirem direitos e dignidade a essa população vulnerável. O MDS, por sua vez, está implementando ações contínuas para fortalecer a proteção e o acolhimento de adultos e famílias ameaçadas.