O funeral do Papa Francisco, realizado neste sábado (26), na Praça de São Pedro, no Vaticano, foi um evento marcado pela humildade, refletindo os valores que o pontífice defendeu ao longo de seu papado. O caixão, feito de madeira simples e revestido de zinco — contrastando com as elaboradas urnas de papas anteriores — permaneceu exposto durante a missa, que reuniu cerca de 250 mil pessoas.
A cerimônia começou às 5h no horário de Brasília (10h em Roma) e durou pouco mais de duas horas. O rito tradicional da Igreja foi conduzido pelo cardeal Giovanni Battista Re, que, em sua homilia, destacou o legado humanitário de Francisco e sua incansável defesa dos direitos dos imigrantes, além do compromisso para a construção de paz. Em uma das suas mais conhecidas frases, ressaltou: “É preciso construir pontes, não muros”.
Entre as presenças notórias estava o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se encontrou publicamente com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante o funeral — um reencontro após polêmicas envolvendo a Casa Branca.
A Missa das Exéquias também enfatizou a posição firme de Francisco contra conflitos armados, com menções a guerras em locais como Israel, Sudão e Ucrânia. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não compareceu à cerimônia, foi criticado pelo papa por sua ação militar em Gaza.
O Brasil foi representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, ao final da missa, expressou o desejo de que o próximo papa siga o exemplo de Francisco. O próximo líder da Igreja será escolhido durante o Conclave, marcado para maio, após o período de luto de nove dias.
Após a missa, o caixão foi transportado por um Papamóvel adaptado pelas ruas de Roma, sendo saudado por milhares de fiéis. O túmulo, simples como sua vida, possui apenas a inscrição: Franciscus em latim, gravada no mármore.
Dentro do caixão, foi incluído o rogito, um documento que resume a trajetória de vida e papado de Francisco. Na última linha, declara: “Francisco deixou a todos um testemunho admirável de humanidade, de vida santa e de paternidade universal.”