O ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió (AL), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu por volta das 4h, quando Collor se preparava para viajar a Brasília para se entregar espontaneamente à Polícia Federal.
Condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção, Collor deve ser transferido para a capital federal, onde cumprirá pena em regime fechado. A defesa do ex-presidente confirmou que ele está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Maceió e que já estava a caminho de Brasília para iniciar o cumprimento da pena.
A decisão de Moraes ocorreu após a rejeição de um novo recurso da defesa, considerado pelo ministro como uma tentativa de atrasar o trânsito em julgado da condenação. Collor foi condenado por receber R$ 20 milhões em propina para facilitar contratos entre a BR Distribuidora e a empresa UTC Engenharia. Segundo as investigações da Operação Lava-Jato, o esquema envolveu a manutenção de aliados do ex-senador em cargos estratégicos dentro da estatal, em troca de apoio político e favorecimentos comerciais.
Outros dois condenados no mesmo esquema também tiveram as penas executadas. Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos cumprirá quatro anos e um mês em regime semiaberto, enquanto Luis Pereira Duarte Amorim recebeu penas restritivas de direitos. Moraes rejeitou os recursos apresentados por ambos, determinando o início imediato do cumprimento das sentenças.
O caso será analisado em sessão virtual do plenário do STF nesta sexta-feira. O colegiado vai decidir se mantém a prisão de Collor. O ministro Alexandre de Moraes destacou que os embargos infringentes apresentados pela defesa não têm fundamento, já que não houve o número mínimo de votos absolvendo o ex-presidente. A Corte tem permitido a execução imediata da pena quando identifica o uso de recursos com caráter meramente protelatório.