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‘Governador Valadólares’: êxodo para os EUA faz cidade ter 17% das casas vazias

'Governador Valadólares': êxodo para os EUA faz cidade ter 17% das casas vazias
Foto: Fábio Monteiro/Web Repórter
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Cidade é a 4ª com mais domicílios vazios entre as Concentrações Urbanas, que são áreas ou municípios com mais de 100 mil habitantes

Há anos Governador Valadares, na região do Rio Doce, em Minas Gerais, é conhecida pelo apelido peculiar de “Valadólares”, devido ao grande número de pessoas que, desde a década de 60, buscam uma oportunidade nos Estados Unidos. O êxodo, porém, também causa impactos nas características da cidade, levando o município mineiro ao 4º lugar no ranking das Concentrações Urbanas com mais domicílios vagos de todo o Brasil. O dado faz parte do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quarta-feira (28 de junho) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com 17,5% das casas vazias, Valadares é considerada uma Concentração Urbana – que são municípios isolados ou arranjos populacionais com mais de 100 mil habitantes. Nesse quesito, de moradias vagas, a cidade mineira só ficou atrás de Mossoró (RN), com 18,4%; Itabuna (BA), que registrou 18,3%; e Porto Velho (RO), com 18%.

Ao todo, a cidade contava em 2022 com uma população de 257.172 pessoas vivendo em uma área de 2.342 km². Com isso, a densidade demográfica do município está em 109,79 habitantes por km². Apesar disso, a população de Valadares apresentou uma queda de quase 2,5%, já que, em 2010 eram 263.689 habitantes.

O sociólogo e cientista político Rudá Ricci, explica que, historicamente, os valadarenses são conhecidos por irem para os Estados Unidos, em especial para a cidade de Boston. “Essa característica muito peculiar fez com que a cidade ficasse conhecida como Governador Valadólares”, brinca. Ainda segundo ele, por muito tempo, estes mineiros em terras estrangeiras compraram imóveis na terra natal, como forma de investir os bens adquiridos no exterior, primeiro para seus parentes e, depois, para eles mesmos.

“Lá (nos EUA), eles viviam entre brasileiros de tal maneira que, ao voltarem para o Brasil, eles e os filhos nascidos nos Estados Unidos mal tinham aprendido inglês, e falavam em português. Mas eles não tinham colocação, pois trabalhavam com trabalho braçal, por exemplo, no conserto de casas, e faziam dinheiro. É claro que tiveram uma dificuldade grande de se readaptar ao Brasil, e isso faz com que tenhamos um fluxo migratório muito grande da cidade e da região para este país”, argumenta o especialista.

O sociólogo conta ainda que já deu uma consultoria para a Secretaria de Educação do município e que um dos problemas encontrados foi a falta de identidade das crianças com a cidade. “Essa foi uma das questões mais importantes e desafiadoras na educação das crianças de Valadares. Tínhamos que criar uma identidade com o município e, algumas vezes, com o país”, completa Ricci.

Quase 30% dos domicílios estão vagos em Nova Belém

Já no ranking que considera os municípios de populações menores que 100 mil habitantes, em meio a diversas cidades do Nordeste, Nova Belém, que também está na região do Rio Doce, mas fica localizada na divisa com o Espírito Santo, aparece como a quinta colocada entre os que mais têm casas vazias.

Com 27% dos seus domicílios vagos, a cidade tinha uma população de 3.151 moradores em 2022. O número de habitantes caiu 15.5%, já que, em 2010, viviam no município 3.732 pessoas. A cidade tem uma área de 147 km² e uma densidade demográfica de 21,47 habitantes por km².

No Brasil, domicílios não ocupados subiram 80%

Em todo o Brasil, o número de domicílios não ocupados sofreu um aumento de 80%, passando de 10 milhões em 2010 para 18 milhões no ano passado. Por outro lado, o número de domicílios ocupados aumentaram 26%, subindo de 57,3 milhões para 72,4 milhões.

Já os domicílios permanentemente vagos do país cresceram 87%, passando de 6 milhões para 11,4 milhões. Ao mesmo tempo, os de uso ocasional, que são os de “veraneio”, subiram 70%, passando de 3,9 milhões para 6,6 milhões.

 

 

 

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Fonte: O Tempo

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