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Veja o que é #FATO ou #FAKE nas declarações da médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid

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A médica Nise Yamaguchi presta depoimento nesta terça-feira (1º) na CPI da Covid no Senado

A equipe do Fato ou Fake checa as principais declarações dela.

Esta reportagem está em atualização; novas checagens serão incluídas.

Leia:

“Eu nunca tive encontros privados com o presidente Bolsonaro”

 

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: De acordo com a agenda do presidente da República, a médica Nise Yamaguchi esteve em um encontro particular com Jair Bolsonaro em 15 de maio de 2020, às 10h45. O registro só foi colocado oficialmente na agenda após o encontro ter ocorrido. Há, inclusive, imagens dela deixando o Palácio do Planalto no dia. Logo depois, o então ministro Nelson Teich se reuniu com o presidente e sua demissão foi anunciada.

Em entrevista à revista “Veja”, Nise Yamaguchi falou da relação que tem com Jair Bolsonaro. “Ele não precisa sondar, ele já me conhece, a gente conversa direto.”

Em outro momento, a médica mostrou que a proximidade era tamanha ao ponto de ela indicar medicação para o presidente se tratar durante o período que teve Covid-19. “Quando ele ficou doente, eu enviei mensagens, eu achava que precisava do zinco porque eu sabia que ele estava tomando azitromicina e estava tomando hidroxicloroquina.”

Além do encontro privado com o presidente em maio do ano passado, a médica ainda esteve outras três vezes em reuniões oficiais no Palácio do Planalto. A primeira foi no dia 6 de abril com Braga Netto, ministro da Casa Civil, Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, Jorge Antonio de Oliveira, secretário-geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, secretário de Governo da Presidência da República, Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, deputado Osmar Terra (MDB-RS) e o médico Luciano Dias Azevedo.

No dia seguinte (7 de abril), houve outra reunião de Bolsonaro com a participação da médica junto com o secretário de governo, Luiz Eduardo Ramos, e o deputado Vitor Hugo (PSL-GO), líder do Governo na Câmara dos Deputados.

O último encontro com o presidente da República foi em 21 de maio, juntamente com o então prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, o secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde, Antonio Elcio Franco Filho, e o secretário de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

“Esse dado foi dado pelo governador de Nova York. Eles fizeram um estudo mostrando que os pacientes vinham de casa e que o lockdown somente não resolveria o problema (…) Ele isoladamente não resolve a questão da contaminação, porque as pessoas se contaminam também em casa”

 

 — Foto: G1

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Houve, de fato, um estudo mostrando que em determinado momento da pandemia 66% dos novos pacientes em Nova York eram pessoas isoladas em casa. Mas isso aconteceu justamente porque havia pessoas descumprindo o isolamento e contaminando esses indivíduos.

A equipe do Fato ou Fake, aliás, checou uma mensagem falsa que alegava que o governador de NY disse que o levantamento feito pelo Departamento de Saúde do estado provou ineficácia do isolamento social. Houve o oposto. O que o governador de Nova York disse foi que o lockdown “funcionou bem”. Ele adicionou, porém, que era necessário adotar comportamentos mais seguros, como uso de máscara, higiene frequente das mãos e distanciamento social.

Procurada pelo G1, a equipe de Andrew Cuomo reforçou que ele não disse ser contra o isolamento social nem afirmou que o estudo se mostrou ineficiente, pelo contrário. Tanto que ele deu uma entrevista a um programa de televisão no dia seguinte à divulgação desses dados. “O fechamento funcionou tão bem […] A taxa de infecção está agora diminuindo entre as pessoas que ficam em casa, o que significa que o fechamento está funcionando. Agora, chegamos a um nível em que é puramente comportamento pessoal”, afirmou o governador. Ou seja, as pessoas estavam se contaminando em casa porque parentes, amigos ou conhecidos que não estavam respeitando o lockdown estavam transmitindo o vírus a elas.

“No Amapá, nós temos um dos menores índices do mundo de mortalidade”

 

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: O Amapá não tem nem sequer um dos menores índices de mortalidade do Brasil. O cálculo, que considera o número de mortes sobre o total da população, coloca o estado na 12ª colocação entre as unidades da federação. A taxa atual é de 200,5 mortes a cada 100 mil habitantes. O estado com a menor taxa é o Maranhão, com 115,1. Caso o Amapá fosse um país, ia figurar hoje na 15ª colocação mundial, segundo dados da universidade Johns Hopkins, que reúne informações sobre 180 países e territórios.

Mesmo que a médica estivesse se referindo à taxa de letalidade (ou seja, o número de mortes sobre o total de casos), a afirmação não se sustenta. Ao menos 78 países têm uma taxa menor levando em conta esse parâmetro. Tal cálculo, entretanto, não é o ideal para medir a mortandade, já que a subnotificação e a falta de testagem podem subdimensionar o resultado.

“Existem pessoas que não podem se vacinar, principalmente aquelas que têm vasculites – como é o meu caso, eu tenho uma síndrome de Raynaud”

 

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) diz que todas as vacinas disponíveis e aprovadas atualmente no Brasil “podem ser usadas em pacientes com doenças reumáticas, bem como em pacientes recebendo medicamentos que influenciam o sistema imunológico”.

Em nota, a entidade diz que “não há razão, à luz das evidências atuais, para contraindicar essas vacinas em pacientes com doenças reumáticas e pacientes em tratamento com medicamentos imunossupressores”.

A SBR diz ainda que doenças reumáticas, por si só, não representam contraindicação para receber qualquer vacina contra a Covid-19, e que pacientes reumáticos devem procurar um reumatologista para orientação sobre vacinação contra a Covid-19.

Veja a íntegra da nota da Sociedade Brasileira de Reumatologia:

“A Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia esclarece a população que doenças reumáticas (DR), incluindo artrite reumatoide, espondiloartrites, artrite psoriásica, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica (esclerodermia), Síndrome de Sjögren primária, miopatias inflamatórias e vasculites não representam, por si só, contraindicação específica para receber qualquer vacina contra a Covid-19.

Vale ressaltar que todas as vacinas para Covid-19 disponíveis e aprovadas atualmente no Brasil são vacinas que não contêm componentes vivos e que não transmitem a doença viral nem alteram o material genético. Essas vacinas podem ser usadas em pacientes com doenças reumáticas, bem como em pacientes recebendo medicamentos que influenciam o sistema imunológico. Além disso, não há razão, à luz das evidências atuais, para contraindicar essas vacinas em pacientes com doenças reumáticas e pacientes em tratamento com medicamentos imunossupressores.

A SBR recomenda que os pacientes de doenças reumáticas procurem o reumatologista para orientação sobre vacinação contra Covid-19.”

Fonte: G1

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