As vendas do comércio registraram um crescimento de 0,5% da passagem de janeiro para fevereiro, atingindo o maior nível já registrado desde o início da série histórica em janeiro de 2000. O recorde anterior havia sido alcançado em outubro de 2024, conforme divulgado pela Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE nesta quarta-feira (9).
O resultado é ajustado sazonalmente, o que permite uma comparação mais precisa, desconsiderando os efeitos de calendário.
Na série sem ajuste sazonal, o desempenho das vendas em fevereiro apresentou uma alta de 1,5% se comparado ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o setor mostra uma expansão de 3,6%.
A média móvel trimestral, que indica a tendência das vendas, cresceu 0,2%, enquanto o comércio apresenta números 9,1% acima do patamar pré-pandêmico, observado em fevereiro de 2020.
Desempenho das Atividades
Entre as oito atividades analisadas pelo IBGE, quatro mostraram expansão:
- Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1,1%
- Móveis e eletrodomésticos: 0,9%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,3%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,1%
Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destacou que o setor de hiper e supermercados voltou a se destacar após seis meses de variações próximas a zero, impulsionado pela desaceleração da inflação dos alimentos em domicílio, que caiu de 1,06% em janeiro para 0,76% em fevereiro.
Por outro lado, quatro categorias apresentaram queda nas vendas:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -7,8%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -3,2%
- Tecidos, vestuário e calçados: -0,1%
- Combustíveis e lubrificantes: -0,1%
O desempenho negativo no segmento de livros, jornais e revistas é atribuído à migração dos consumidores para plataformas digitais. O fechamento de livrarias também contribuiu para esse resultado, deixando o setor 80,2% abaixo do pico registrado em janeiro de 2013.
No varejo amplo, que inclui vendas de veículos, motos, partes e material de construção, a queda foi de 0,4% de janeiro para fevereiro, com uma expansão acumulada de 2,9% nos últimos 12 meses, sem ajuste sazonal.
Ajuste de Dados de 2024
O IBGE também anunciou a correção de dados de uma grande empresa do setor de artigos farmacêuticos, modificando a expansão da atividade de 14,2% para 7,4%. Essa revisão resultou em um crescimento geral do comércio de 4,1% em 2024, abaixo da previsão anterior de 4,7%. Apesar da revisão, este é o maior crescimento desde 2013, quando foi registrado um aumento de 4,3%.