O Pix por aproximação, método que viabiliza pagamentos instantâneos sem a necessidade de abrir o aplicativo do banco, começará a operar hoje, dia 28, conforme anunciou o Banco Central (BC).
Algumas instituições financeiras já disponibilizavam essa funcionalidade nos últimos meses, permitindo pagamentos por meio de celulares e smartwatches (relógios inteligentes). Agora, o usuário deve apenas aproximar o dispositivo da maquininha para realizar a transação, sem precisar escanear QR Codes ou solicitar chaves.
Contudo, usuários da Apple não terão acesso a essa funcionalidade por enquanto. A empresa, conhecida mundialmente, não libera o acesso de aplicativos que não sejam o Apple Pay à tecnologia de pagamento por aproximação (NFC) e ainda não buscou autorização junto ao BC para se tornar um iniciador de pagamentos, sendo este um requisito essencial para a adoção do Pix por aproximação. A empresa foi contatada, mas decidiu não comentar.
O novo método de pagamento é semelhante aos utilizados com cartões bancários. Até o momento, a única carteira digital disponível para esta funcionalidade é o Google Pay.
Processo de pagamento e segurança
Ao vincular sua conta ao Pix por aproximação, o cliente é direcionado automaticamente para seu banco para confirmar a autorização. Na hora do pagamento, é só selecionar a opção Pix, aproximar o celular da maquininha, conferir os dados e confirmar a transação.
O advogado Thiago Amaral, especialista em fintechs e meios de pagamento, explica que o novo sistema compartilha a mesma tecnologia de criptografia que o Pix tradicional, com variações na execução e autenticação das transações. A autenticação pode variar conforme os critérios de cada banco e as configurações do usuário. “Instituições financeiras podem estabelecer limites máximos para pagamentos sem necessidade de autenticação. Para valores acima desse limite, a autenticação será necessária”, explica Amaral.
Como proceder em transações indevidas?
Se um cliente perceber uma transação não autorizada ou um erro de pagamento, ele pode recorrer ao Mecanismo Especial de Devolução (MED) da sua instituição financeira. Esse mecanismo permite o bloqueio de valores na conta do recebedor e, caso seja constatada fraude, o valor pode ser devolvido ao consumidor. Vale lembrar que se o saldo do recebedor não for suficiente, a devolução pode ser impossível. A responsabilidade da instituição financeira se dará com base na falha de monitoramento das transações suspeitas.
Além disso, as instituições não se responsabilizam por perdas em casos onde se prove que o consumidor foi negligente ou imprudente.
Amaral ainda alerta que, assim como no método tradicional, as transações por meio do Pix por aproximação são instantâneas e irreversíveis, ou seja, não é possível cancelar um pagamento já efetuado.
Instituições que oferecem o Pix por aproximação
Dentre as instituições que já disponibilizaram essa funcionalidade, destacam-se:
- Banco do Brasil: desde 24 de fevereiro, disponível em Android.
- Bradesco: disponível desde 17 de fevereiro, tanto em seu app para clientes pessoa física (Android) quanto nas maquininhas Cielo.
- Itaú Unibanco: que lançou a funcionalidade desde 13 de fevereiro.
- Nubank e PagBank: também já implementaram a funcionalidade.
- C6 Bank: desde novembro/2024 para clientes com sistema Android.
- Outras instituições como Caixa Econômica e Sicoob devem ofertar o serviço a partir desta sexta-feira (28).
Cuidados durante transações
Em meio à aproximação do Carnaval, um período que pode trazer aumento de golpes, Amaral recomenda as seguintes medidas:
- Proteja seu celular: use senha ou biometria para bloqueio.
- Configure limites de pagamento por aproximação: evite fraudes em caso de perda ou roubo.
- Gerencie a ativação do Pix por aproximação: o uso requer consentimento do cliente, que pode ser desativado a qualquer momento.
- Verifique os valores antes de confirmar o pagamento: sempre confira a tela da maquininha antes de autorizar.