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O PROCESSO DO LUTO

Foto: Fernanda Nunes
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Nos últimos dias, temos acompanhado a tragédia que assola o estado do Rio Grande do Sul. Uma situação inesperada e emergencial, que soma diversas perdas para os que a vivenciam: perdas de pessoas queridas, das casas, da rotina, de memórias, histórias e, até mesmo, de planos futuros. É um momento que sensibiliza e afeta a todos nós, direta ou indiretamente. Diante disso, vem à tona um assunto que muitas vezes evitamos falar, mas que é extremamente necessário de ser discutido: o luto.

O luto é um processo natural que engloba o conjunto de reações, sentimentos e experiências de quem perde algo ou alguém. Ele surge não somente diante da perda de um ente querido, mas também pode ocorrer quando vivenciamos o fim de um relacionamento, a perda de um emprego, a descoberta de alguma doença, dentre outras situações.

O processo do luto possui cinco fases: negação, raiva, barganha ou negociação, depressão e aceitação. É importante destacar que essas fases não são vivenciadas de forma linear. Cada pessoa passa pelo luto de uma forma única. É uma experiência singular, que varia de acordo com as características de cada pessoa, sua história de vida, experiências, competências emocionais, etc. Durante o luto, é comum que as pessoas sintam emoções como raiva, tristeza, culpa e ansiedade. Além disso, podem ocorrer alterações no comportamento, como isolamento social, mudanças no sono e/ou apetite, desânimo, sonhos relacionados à perda, entre outros. Em relação aos sintomas físicos, algumas pessoas relatam a sensação de nó na garganta, dores no peito, palpitações e dificuldade para respirar.

Embora doloroso, o luto é uma experiência necessária para que possamos nos readaptar, ressignificar e seguir adiante. Não existe um tempo exato, um prazo de validade para esse processo. O que diferencia o luto “normal” do luto patológico é a intensidade, frequência e duração das reações da pessoa diante da perda. Nestes casos, o processo se estende, se intensifica, fazendo com que seja difícil retomar a vida.

Aceitar a realidade e elaborar a dor da perda pode ser uma tarefa muito difícil para algumas pessoas, mas não há necessidade de passar por isso sozinho. Ao perceber os sinais da vivência de um luto patológico não deixe, de forma alguma, de buscar ajuda profissional. Por mais que a vida não volte a ser como era antes, é possível se reconstruir e construir um novo modo de viver após o luto.

 

Larissa Souza e Silva

Psicóloga – CRP 04/53514

Pós-Graduada em Saúde Mental, Psicopatologia e Atenção Psicossocial

@larissasouzapsi

[email protected]

 

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