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Crítica – The Batman: Uma envolvente transformação da tragetória do vingador à esperança

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Por Marcos Sales – repórter MaisVip

Quando foi anunciado que Robert Pattinson viveria um dos maiores heróis dos quadrinhos, muitos recusaram a ideia e já declinaram a qualidade do longa, sempre levando os filmes de “Crepúsculo” – protagonizado por Pattinson – como motivo. Bom, a pré-estreia começou e além dos críticos tradicionais, o público já pode tirar suas próprias conclusões não só sobre o filme em si, mas também sobre atuação do ator mais conhecido como o vampiro Edward; até agora.

Se tem uma palavra que define o Batman, para mim, essa palavra seria ‘imponente’. Uma figura forte e marcante, muito além do próprio personagem em si já vivido por outros atores no cinema, Pattinson fez o seu próprio vigilante de forma majestosa e impactante, sem tirar em momento algum a essência do que é o herói já conhecido por todos. Depois desse trabalho, sem dúvidas, Robert Pattinson não será mais visto só como o “vampiro de Crepúsculo”.

“The Batman” se passa cerca de dois anos após Bruce Wayne assumir o papel de vigilante de Gotham, e ali, o então vingador se vê diante de um assassinato brutal do prefeito da cidade e uma carta endereçada a ele com pistas enigmáticas para que possa descobrir quem foi o responsável pelo crime. Com poucos aliados – Alfred Pennyworth e o tenente James Gordon –, Batman através de pistas deixada por Charada, vai descobrindo uma onda de corrupção que envolve o nome de grandes chefes da cidade, incluindo o do seu próprio pai, Thomas Wayne. Com a corrupção assolando Gotham City e assassinatos orquestrados pelo Charada, Bruce precisa forjar novos relacionamentos, encontrar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder.

Neste filme, você vê o Batman em ação como nunca antes nos cinemas, aqui não têm divisão de tela proporcional entre Batman, Bruce Wayne e o antagonista. O trabalho do Batman é o principal da história; ponto. O que se vê, é o vigilante investigador e toda a trama girando entorno disso, basicamente. Se você espera só pancadaria e um herói invencível, vai se decepcionar. O herói sombrio dirigido por Matt Reeves não se importa muito em ser um magnata por trás da máscara, em ter grana ou manter o legado da família Wayne de forma tradicional.

Mas nem só de um bom ator ou personagem principal se faz uma ótima trama, é necessário direção, roteiro, fotografia e bons personagens envolvidos. Para isso, Matt Reeves, diretor do filme, merece aplausos tal qual como no seu trabalho em “Planeta dos Macacos: O Confronto (2014)”.

Não é um filme só com um roteiro linear – herói e vilão –, ele se ramifica graças a riqueza dos personagens da trama. Acompanhamos a desconstrução e ressignificação do herói, entendemos as motivações da Mulher Gato (Zoë Kravitz), cada passo dado por Charada (Riddler) e o envolvimento do Pinguim (Collin Farrell) na história, por exemplo. Inclusive, ressalva ao elenco escalado que ficou sensacional! Fica difícil ver estes personagens sem tais atores. Não me surpreenderá Riddler receber uma indicação ao Oscar pelo trabalho perturbador feito como Charada, e sim, o adjetivo “perturbador” é uma tremenda qualidade ao se tratar do contexto desse trabalho. É difícil falar das atuações sem querer muito citar algumas cenas, mas então eu entregaria spoilers.

Entre as atuações, roteiro e trilha sonora (linda, linda e linda), o maior destaque pra mim, foi a fotografia. É possível escutar através da fotografia o diretor dizendo “Eu sei sobre cinema. Eu sei fazer cinema”. O filme trabalha muito com cenas subjetivas e contém outras que, na minha humilde opinião, serão referências emblemáticas para diversos filmes seguintes.

Entre tanto a se falar, não sobra muito espaço para comentar sobre a duração do filme; quase 3 horas sim, dá para sentir elas passando e se você é o tipo de pessoa que gosta apenas de ação pode achar ele cansativo. A sala em que assisti ao filme, ficou em silêncio a todo o momento, a atmosfera do filme pedia isso e naturalmente foi atendida pelo público. A história prende a atenção e é envolvente.

Meus caros colegas, não é atoa que The Batman recebeu o selo AMC Artisan Film, se juntando a Coringa (2019), como os únicos filmes do gênero de super-heróis a receber tal honraria dada somente aos filmes “que são conduzidos por inovadores e incentivam a discussão, com novas e diversas perspectivas”.

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