BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta um salário mínimo de R$ 1.630 para o próximo ano, conforme publicado no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, apresentado na terça-feira (15). Esse valor marca um crescimento de 7,38% em relação ao piso atual de R$ 1.518.
Anteriormente, o Executivo havia projetado um valor menor para o novo salário mínimo, em R$ 1.627. No entanto, simulações internas indicaram a possibilidade de um ajuste maior, conforme relatado pela Folha de S.Paulo.
A fórmula de correção utilizada envolve a inflação dos últimos 12 meses até novembro do ano anterior e a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, neste caso, referente a 2024.
O crescimento econômico do ano passado foi estimado em 3,4% pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Contudo, o ganho real que será incorporado permanece limitado a até 2,5%, devido a restrições promovidas pelo Legislativo no final do ano anterior, no contexto do pacote de contenção de gastos do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
O salário mínimo serve como referência para uma série de despesas obrigatórias do governo, incluindo aposentadorias do INSS e o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Seu reajuste impacta diretamente algumas das principais despesas do Orçamento Federal.
Por esse motivo, a administração federal decidiu limitar o ganho real seguindo a mesma taxa de crescimento do arcabouço fiscal, que varia entre 0,6% e 2,5% acima da inflação anualmente. Essa abordagem visa inibir um aumento excessivo nas despesas obrigatórias que possam pressionar serviços discricionários como custeio e investimentos, garantindo a viabilidade da regra fiscal.
Para o próximo ano, o percentual de ganho real do arcabouço e do salário mínimo será determinado com base no aumento da arrecadação ao longo de 12 meses até junho de 2025. Entretanto, a expectativa do governo é que o percentual atinja o teto de 2,5%.
Vale ressaltar que o valor projetado para 2026 poderá ser ajustado ao longo do ano, em resposta a alterações nas estimativas de inflação ou na trajetória de crescimento do arcabouço fiscal. Uma nova análise será apresentada junto à proposta orçamentária em 31 de agosto.
