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Governo Trump realizará auditoria em frigoríficos brasileiros em maio

Governo Trump realizará auditoria em frigoríficos brasileiros em maio
© Yves Herman/Reuters

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Donald Trump enviará auditores ao Brasil para uma inspeção minuciosa das condições sanitárias e infraestrutura de diversos frigoríficos brasileiros que estão autorizados a exportar carne bovina e suína para os Estados Unidos.

A visita está programada para entre os dias 5 e 16 de maio e incluirá passagens em Brasília e vistorias em frigoríficos, unidades de certificação e laboratórios do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento em vários estados. Uma apresentação de conclusões será feita em uma reunião virtual no dia 22 de maio.

A auditoria foi requisitada no início do ano pelo FSIS (Food Safety and Inspection Service), órgão do Departamento de Agricultura dos EUA que garante que carnes, aves e produtos de ovos sejam seguros e devidamente rotulados e embalados.

Por meio desta auditoria, a gestão Trump busca confirmar se o sistema sanitário brasileiro é equivalente ao dos EUA, uma exigência técnica essencial para a continuidade da aceitação de produtos brasileiros na América.

Atualmente, o Brasil conta com 54 estabelecimentos habilitados para exportar carnes aos EUA, incluindo empresas renomadas como JBS, Marfrig, Minerva, Frisa e Aurora.

Os escritórios de certificação envolvidos no processo de exportação totalizam 53, atuando com o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Estas unidades são responsáveis pela supervisão de serviços de inspeção federal nos frigoríficos e pela emissão dos certificados sanitários internacionais.

A auditoria também deverá incluir os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), que realizam análises para detectar resíduos químicos e contaminantes microbiológicos, como a salmonela, nas carnes.

No mercado internacional, o Brasil se destaca como um competidor significativo na carne bovina, exportando US$ 945 milhões para os EUA em 2024, um aumento de 104% em relação ao ano anterior. Entretanto, essa carne representa apenas 2,3% de tudo o que os americanos importam do Brasil.

Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, responsável por cerca de 25,5% do total global, seguido pela Austrália e Índia, com os Estados Unidos em quarto lugar. Já na carne suína, os EUA lideram o mercado, seguidos pela União Europeia e pelo Brasil.

O pedido de auditoria não indica irregularidades anteriores ou pendências de fiscalizações passadas. Geralmente, esse tipo de auditoria ocorre a cada dois ou três anos. O Brasil já enfrentou auditorias do FSIS anteriormente; em 2017, a entrada de carne fresca bovina brasileira foi suspensa devido a não conformidades encontradas.

A Folha questionou o Ministério da Agricultura sobre a auditoria agendada, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. A Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) e a ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) também não se pronunciaram sobre o assunto.

A guerra tarifária entre EUA e China impactou o setor agrícola brasileiro, enquanto a China busca na maior economia da América Latina produtos como soja e carne bovina. O presidente Lula viajará à China em maio para reuniões com o líder Xi Jinping.

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