Documentos e mensagens trocadas entre Mauro Cid e militares reforçam papel de Bolsonaro no planejamento de golpe
A Polícia Federal (PF) revelou que Jair Bolsonaro redigiu e “enxugou” o conteúdo de um decreto, conhecido como a “minuta do golpe”, que previa intervenção militar para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Segundo a PF, a ação envolveria até a prisão e execução de figuras como Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
As mensagens, enviadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao general Freire Gomes, indicam pressões de deputados para que o então presidente tomasse “uma medida mais pesada”, e confirmam ajustes feitos pelo próprio Bolsonaro na minuta do decreto. Em uma reunião com o comandante do Exército, general Estevam Cals Theofilo, em dezembro de 2022, Bolsonaro teria articulado apoio militar para a ação.
A operação, denominada Contragolpe, teve autorização de Moraes e visou desarticular o grupo de militares conhecidos como “kids pretos”, que incluíam oficiais de alta patente e um policial federal, todos suspeitos de apoiar o plano. Foram emitidos cinco mandados de prisão, três de busca e apreensão, e outras 15 medidas cautelares.
Os envolvidos são acusados de organização criminosa e de planejar um golpe de Estado usando conhecimento técnico-militar avançado, com o objetivo de instalar um “Gabinete de Gestão de Crise” comandado por militares, caso o golpe fosse consumado.
Foto destaque: Reprodução/BRENO ESAKI
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